A Mulher-Maravilha não foi a primeira super-heroína dos quadrinhos, pois antes tivemos a Viúva Negra da Marvel e Bulletgirl da DC, mas Diana foi a primeira personagem feminista.
Mulher-Maravilha faz 82 anos
A Mulher-Maravilha faz 82 anos, mas o empoderamento feminino nos quadrinhos, embora esteja mudando, ainda apresenta personagens femininas como decoração. Vemos um esforço para aumentar a diversidade nas revistas da Marvel e DC Comics, principalmente para atrair um mercado mais amplo de leitores. Como essa diversificação sempre foi desigual nos quadrinhos, é mais do que importante que as editoras impulsionem o papel das mulheres nos mundo dos super-heróis.
Não comprava muita HQ da Mulher-Maravilha, apesar da personagem ter uma revista própria lançada pela Editora Ebal. Portanto, acabava lendo histórias dessa heroína junto com a de outros super-heróis dos quadrinhos. A personagem está fazendo 82 anos e já tem bastante tempo que essa super-heroína virou um ícone dos quadrinhos. A Mulher-Maravilha foi criada pelo psicólogo e advogado William Moulton Marston, que formou-se em Harvard. Sua primeira aparição foi em 1941, na revista All Star Comics #8, onde ela atuou como secretária da Sociedade da Justiça da América, uma equipe precursora da Liga da Justiça da América.
Mulher-Maravilha nos quadrinhos
Apesar de ser famosa, a Mulher Maravilha não foi a primeira super-heroína dos quadrinhos, antes dela tivemos a Viúva Negra da Marvel e a Bulletgirl da DC. No entanto, ela foi a primeira super-heroína criada à partir de uma perspectiva claramente feminista. Mesmo surgindo nos quadrinhos como secretária do Flash e do Lanterna Verde, na Sociedade da Justiça da América.
Em uma entrevista para a revista Family Circle, em 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, Marston disse porque resolveu criar um novo tipo de ícone feminino para os quadrinhos: “Há uma grande esperança para este mundo. As mulheres vão vencer! Quando as mulheres governarem, não haverá mais (guerra) porque as meninas não vão querer perder tempo matando homens. Portanto considero isso como um enorme não e também como a única esperança de uma paz permanente.”
Apesar de ser criada com um perfil aparentemente feminista, a Mulher-Maravilha foi desenvolvida pela visão de um homem e muitas feministas criticam isso até hoje. Por mais que a Mulher-Maravilha represente a força feminina, o caminho feminino para o poder não será conquistado com uma ação solitária, ele precisa ser coletivo.
Nessa época, as mulheres americanas eram uma força de trabalho, pois os homens lutavam na Europa, algo que gerou um movimento pelos direitos femininos. A Mulher-Maravilha evoluiu durante esses anos de guerra, inclusive sobreviveu ao macarthismo e ao movimento anti-quadrinhos, do início da década de 50. Logo depois, ela emergiu na década de 1960, chegando a ser um membro fundador da Liga da Justiça da América. Só que em meados da década de 1960 a personagem sofreu uma transformação inesperada e totalmente impopular.
A péssima transformação da Mulher-Maravilha
A DC Comics resolveu criar um novo enredo para a Mulher-Maravilha, almejando uma nova tentativa de abraçar um conceito mais feminista, onde ela perdia os seus poderes e se tornava uma espécie de Emma Peel, da série Avengers, personagem da televisão britânica. Nessa HQ, a Mulher-Maravilha era treinada em artes marciais e andava com roupas da moda, além de lutar contra os inimigos. Mas, em vez de ter superpoderes, ela era apenas uma mulher normal, defendendo os direitos femininos. Por causa disso as vendas despencaram e a DC correu de volta para o uniforme vermelho, branco e azul.
Além da queda nas vendas de quadrinhos da Mulher-Maravilha, havia outro motivo pelo qual a DC resolveu devolver os poderes à personagem. Um editor da DC Comics recebeu um telefonema da ícone feminista Gloria Steinem, e ela cobrava a volta dessa super-heroína poderosa.
Steinem ligou para a DC Comics e perguntou para o editor o que eles estavam fazendo. Steinem disse: “Devolvam a fantasia dela, rapazes. Devolvam seus poderes. Ela tem poder e vocês estão tirando-o.” Foi por causa dessa visão feminista, que a Mulher-Maravilha voltou a vestir o seu uniforme de amazona. Depois disso , a Mulher-Maravilha atingiu o sucesso e até foi nomeada embaixadora do empoderamento feminino pela ONU
Apesar de ser uma personagem com 82 anos, a Mulher-Maravilha só foi desenhada por uma mulher em 1986, quando Trina Robbins desenhou e co-escreveu a minissérie Legend of Wonder Woman. No entanto, agora, parece que resolveram integrar a voz feminina aos quadrinhos de super-heróis, mesmo sendo algo totalmente desafiador, como sempre foi. Pois alguns quadrinhos muito bons com personagens femininas e desenhado por mulheres, estão obtendo sucesso de público e crítica. Mas essa mudança precisa ser impulsionada pelos leitores e leitoras, só assim as mulheres ampliarão a sua participação nos quadrinhos.
Veja abaixo a evolução da Mulher-Maravilha durante esses 80 anos.
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