Os X-Men e as injustiças com as minorias

A Marvel sempre afirmou que os X-Men são vítimas de perseguição, ao longo de sua história na Terra, um tema sempre atual e comum nas HQs e filmes.

X-Men da Marvel

X-Men na versão de Chris Claremont, artista da Marvel

A primeira HQ dos X-Men apresentou os mutantes ao universo da Marvel, esses indivíduos superpoderosos, que nascem com poderes incríveis e, por causa disso, são odiados pela humanidade. Os X-Men foram adotados pelas minorias logo após a introdução dos sentinelas, robôs que caçam os mutantes e que surgiram na HQ X-Men #14, de 1965. A partir dessa história em quadrinhos, os mutantes da Marvel foram cada vez mais sujeitos à vários preconceitos, algo que, historicamente, também atormenta as minorias marginalizadas do nosso mundo real. Pessoas que sofrem uma segregação cruel, insultos, perseguições, campanhas genocidas e até teorias de conspiração que tentam reduzir os objetivos e alcance desses grupos.

Isso prova porque qualquer forma de expressão artística é capaz de incomodar quem tenta privar o direito de liberdade, principalmente daqueles que pretendem viver em paz. Por isso que afirmam, com uma certa frequência, que Xavier e Magneto foram criados em homenagem a Martin Luther King Jr. e Malcolm X. Apesar dessa inspiração direta ser bem improvável, as influências dos discursos sobre os direitos civis americanos chegam bem no início dos X-Men.

X-Men: Deus Ama, o Homem Mata

A HQ X-Men: Deus Ama, o Homem Mata, criada por Brent Anderson e Chris Claremont, mostra os X-Men enfrentando desafios políticos e claro o facismo e a extrema-direita. Nessa história os mutantes enfrentam questões legais, pois alguns políticos extremistas odeiam a simples existência de alguém diferente, algo que, infelizmente, acontece em nosso mundo real. A HQ mostra que um dos políticos, totalmente homofóbico, odeia os mutantes mas, na verdade, ele é um gay enrustido e cheio de ódio.

O que acontece com os mutantes é que muitos deles são humanos, mas passam a ser rejeitados pela sociedade, até por seus pais, quando começam a revelar o gene x presente em seus corpos.

HQ X-Men da Marvel

HQ Deus Ama, O Homem Mata teve título censurado pela Editora Abril

Nos quadrinhos os mutantes são frequentemente vítimas de crimes de ódio, linchamentos e todo tipo de violência. Algo bem semelhante às dificuldades que os grupos minoritários suportam. Na HQ Deus Ama, O Homem Mata os X-Men enfrentam a perseguição dos Purificadores, que logo no início da história assassinam duas crianças mutantes. Pior do que essa perseguição que ocorre na história é a censura aplicada nessa HQ, quando a Editora Abril lançou, na década de 80. Pois a Editora Abril resolveu lançar essa Graphic Marvel aqui no Brasil com o título: “O Conflito de Uma Raça”.

O livro Marvel Comics: a Trajetória da Casa das Ideias no Brasil fala sobre essa censura absurda e mostra porque precisamos estar sempre atentos e fortes, para enfrentarmos qualquer tipo de repressão. Veja um trecho do livro de Alexandre Morgado: “Foi uma censura própria, na direção da redação. Na época, o diretor de redação era o Cláudio Marra. Ele, além de diretor, também era pastor. E achava que não era de bom tom usar em um título de uma revista popular as palavras “Deus e Mata”.

X-Men Marvel

Os mutantes buscam um mundo sem injustiças

As injustiças que vemos hoje sempre mostram a brutalidade contra as minorias, em toda parte do mundo, não importando a idade da pessoa. Pois vemos crianças que foram agredidas, algumas fatalmente, tudo por causa de preconceitos absurdos e cruéis. Os X-Men também enfrentam esse tipo de violência, algo que faz o leitor ter uma visão mais empática sobre as injustiças do mundo real.

Mas esta representação nos quadrinhos é suficiente para superarmos os problemas que prejudicam a nossa sociedade? As histórias em quadrinhos e os super-heróis estão se tornando ainda mais populares e esta pode ser uma forma de encorajar a discussão. Pois a leitura estimula o diálogo sobre as injustiças que as minorias enfrentam no mundo. Os quadrinhos, o entretenimento, a arte e a cultura pode assumir um tom mais sério e controverso, algo capaz de causar mudanças positivas na sociedade. Mas essa mudança que esperamos precisa ser imediata, pois o mundo não pode esperar.

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