O poder dos quadrinhos

Pode parecer exagerado, mas as histórias em quadrinhos têm o poder de esclarecer e transformar a sociedade, como qualquer leitura.

O Poder dos Quadrinhos

Stan Lee ajudou a ampliar o poder dos quadrinhos e da leitura

Não lembro qual a primeira HQ que eu li, mas lembro que ia ao jornaleiro da esquina todo dia, desde os 10 anos de idade. Também lembro que lia, praticamente todo dia, as tirinhas de quadrinhos dos jornais impressos e descobri vários personagens e aventuras nessas histórias.

Os quadrinhos podem ser facilmente classificados como arte, literatura, uma forma de intervenção artística ou uma combinação disso tudo. As HQs hoje são classificada como literatura, mas isso não era aceito antigamente, pois achavam que as histórias eram destinadas para o público infantil. Ainda bem que essa forma de entretenimento evoluiu e hoje tem o poder de impactar a sociedade. HQs como Maus, Watchmen, Capitão América: A Verdade e várias outras apresentam os problemas da humanidade.

As Histórias em Quadrinhos sempre foram um reflexo das gerações e forneceram insights sobre preocupações, medos e aspirações da nossa sociedade. Essas revistas sempre estiveram na vanguarda, provocando várias mudanças sociais, pois seus personagens abordam questões importantes e desafiam as normas prevalecentes. Desde o princípio, as HQs desempenharam um papel fundamental na defesa dos direitos civis, igualdade de gênero e diversidade. Histórias, como a dos X-Men, conseguem destacar a importância da tolerância, da aceitação e compreensão, enfatizando que as diferenças devem ser celebradas e não difamadas.

A HQ de origem do Quarteto Fantástico, por exemplo, apresentou a radiação cósmica nos quadrinhos, refletindo o avanço científico da década de 60, um tema muito comum nos quadrinhos dessa época. Estas revistas espelhavam as preocupações sociais sobre as possíveis consequências do avanço científico descontrolado, principalmente o da tecnologia nuclear. As aventuras do Quarteto Fantástico mostravam o grupo combatendo ameaças maiores do que a vida, portanto suas histórias sutilmente aludiam às tensões da Guerra Fria e o medo dos poderes incontroláveis de algumas nações.

Os quadrinhos se tornaram populares porque são rápidos e um pouco mais fáceis de ler, algo importante nesse mundo, onde a eficiência é fundamental. Eles também são sempre atuais, pois comentam sobre temas culturais atuais e relevantes.

Stan Lee deu esse depoimento na década de 60: “O fanatismo e o racismo estão entre os males sociais mais mortais que atormentam o mundo hoje”. Algo tão verdadeiro hoje, quanto em 1968, quando Lee fez essa declaração, pois a intolerância continua atormentando a nossa sociedade.

É uma pena que a leitura de quadrinhos tenha sido substituída pelos videogames e redes sociais, por isso quase não vemos nenhuma criança lendo uma HQ. Sempre incentivei meus filhos a terem interesse pela leitura e comprei vários quadrinhos e livros. Fazia questão de levá-los ao jornaleiro da esquina, algo que praticamente não existe mais.

Quadrinhos do Homem-Aranha e outros personagens icônicos proporcionam uma fuga da dura realidade do nosso mundo. Isso oferece ao leitor uma sensação de normalidade e também o inspira a procurar mudanças na sociedade. Essas histórias servem como um lembrete de que, mesmo nos tempos mais sombrios, existem indivíduos e heróis que se levantam contra o mal e continuam a fazer o que é certo. Vemos isso no cidadão comum, em professores, ONGs e até em políticos que buscam o equilíbrio social e combatem o fascismo e o extremismo.

O Poder dos Quadrinhos

Alguns super-heróis LGBTQ+ que lutam contra o ódio

Os quadrinhos sempre tiveram um papel significativo na quebra de estereótipos de gênero. A Mulher- Maravilha, criada por William Moulton Marston em 1941, surge como uma personagem inovadora, durante uma época em que os papéis tradicionais de gênero estavam profundamente enraizados na sociedade mundial. Outro avanço notável nas HQs é a introdução de personagens LGBTQ+, que passam a ser figuras centrais nas principais séries de quadrinhos. Super-heróis como Batwoman, Estrela Polar, Aqualad e Homem de Gelo se apresentam como indivíduos LGBTQ+ e enfrentam a fúria de religiosos conservadores do nosso mundo real. Isso permite que os leitores se enxerguem nesses personagens, pois anteriormente todos eles eram retratados apenas como heterossexuais.

Essas revelações não apenas afirmam a existência de indivíduos LGBTQ+ dentro do universo de super-heróis, mas também reconhecem o significado de suas histórias. Algo importante para o nosso mundo atual, com suas redes sociais descontroladas e que permitem a homofobia, o racismo e a intolerância.

Poderia escrever um livro sobre esse tema, pois sempre li História em Quadrinhos e, por causa disso, sou publicitário e escritor. Posso garantir que se você comprar uma HQ para o seu filho, ou filha, que só pensa em videogame e redes sociais, eles vão passar a ter interesse pela leitura.

Os quadrinhos conseguiram deixar uma marca na cultura pop e influenciam a literatura, a arte, o cinema, a televisão, a moda e conseguem moldar a nossa sociedade de uma maneira mais profunda. As HQs, sem dúvida alguma, continuarão a defender a diversidade e a inclusão. Pois essa arte não é apenas uma forma de entretenimento, ela é uma força cultural que continua a cativar e inspirar. Esse é o verdadeiro poder dos quadrinhos

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