Clube da Luta mostra uma história sombria para descrever a crueldade capitalista e os problemas que estão ao redor e insistimos em desprezar.

Brad Pitt e Edward Norton em Clube da Luta
Clube da luta é um filme que precisamos assistir várias vezes para enxergamos os problemas presentes em nossa sociedade. Assisti ao filme mais uma vez, nem sei dizer quantas vezes já assisti, e como diz Renato Russo na música Índios, tentei chorar e não consegui.
Clube da Luta é um livro escrito por Chuck Palahniuk, em 1996, e adaptado para o cinema por David Fincher. O filme apresenta uma história sombria e descreve as doenças que o consumismo incorpora em nossa sociedade, além dos perigos dos cultos fanáticos. A história gira em torno de um homem que rejeita sua realidade e, por isso, cria uma personalidade para se rebelar. Jack (Edward Norton) é totalmente contra o estilo de vida que ele vive e sente que isso está corrompendo a maneira como todos vivem as suas vidas.
Não é por um acaso que o filme é considerado uma grande crítica social. Sua história mostra desde a crise da masculinidade, até os males causados por uma doença mental, causada pelo capitalismo. Clube da Luta aborda uma série de questões culturais e Fincher usa pistas visuais, que simbolizam o domínio da cultura de consumo, sobre a masculinidade. Essa visão de Fincher apresenta a casa do protagonista, só para demonstrar como o consumismo substituiu a humanidade.
Ao longo de seu filme, Fincher utiliza o narrador e o seu ambiente para demonstrar como a sociedade passou a ser uma vítima da cruel agenda capitalista. A masculinidade do narrador é ameaçada por essa cultura de consumo e o seu subconsciente ativa uma defesa. Isso o conduz em sua louca trajetória para reconquistar a sua masculinidade.

Tyler Durden e o Narrador
Um dos principais temas do filme é o consumismo e como ele corrompe nossos sonhos e aspirações. Para o narrador, isso consome toda a sua vida, e ele nos dá uma descrição de como tudo o afeta, logo no início do filme. Seus problemas geram uma insônia e faz com que suas tarefas cotidianas sejam contínuas e intermináveis. Por isso vemos a cena de um apartamento vazio, sendo preenchido com produtos caros, com o narrador afirmando: “Como tantos outros, eu me tornei um escravo do instinto de nidificação da IKEA.”. Uma visão importante sobre a cultura consumista e toda a paixão e obsessão da sociedade pelo materialismo.
As cores de Clube da Luta
A natureza doentia desse consumismo também é apresentada através da fábrica de sabão de Tyler Durden. O filme mostra uma barra de sabão e explica o processo de como ela vem da gordura humana, que Tyler pega de uma clínica de lipoaspiração. Uma crítica cruel e precisa sobre a falta de cuidado da sociedade, que não tem preocupação alguma com a quantidade de resíduos que ela gera. Essa metáfora do filme pode até ser um exagero, mas a mensagem ainda permanece. Certamente ela consegue mostrar a completa ignorância da sociedade e a total falta de motivação para mudar essa situação.
Para explorar esse problema psicológico do narrador, o esquema de cores do filme é predominantemente suave, composto de cinzas opacos, pretos, brancos e alguns verdes neutros. Além disso, marrons e azuis, todos combinados, dão uma certa sensação doentia ao filme. Tudo para apoiar o narrador, obviamente doente, e sua frequência em vários grupos de apoio. Ele finge ter vários problemas para se sentir validado, mas acaba revelando sua personalidade dividida. Outros momentos do filme apresentam personagens que atuam como catalisadores. Eles são enfatizados com cores quentes e excessivamente saturadas, geralmente com tons variados de vermelho e laranja. Essa variação de cores conta o conflito do narrador e como as escolhas de sua vida foram decididas pelas grandes corporações.
O narrador e seu alter ego Tyler Durden
Clube da Luta é um filme bem complicado e cada vez que assistimos descobrimos novos detalhes. A explosão de informações inicia logo após o apartamento do narrador explodir. Nessa hora ele pede ajuda e Tyler entra em sua vida patética. Para que Tyler possa ajudar, o narrador tem que bater nele com toda a força. A partir dessa cena conhecemos o culto ao Clube da Luta e as lutas entre os frequentadores. Esses lutadores passam a cometer atos cada vez mais destrutivos contra a sociedade e o culto louco vai crescendo.
Isso até o narrador perceber que na verdade ele é Tyler Durden, uma invenção de sua imaginação. Sua relação amorosa com Marla Singer (Helena Bonham Carter) também ajuda nessa descoberta e prepara tudo para um final apocalíptico.
O narrador (Edward Norton) atira na própria cabeça, para matar Tyler Durden (Brad Pitt), mas o tiro apenas atravessa a sua bochecha. Nesse momento, o narrador finalmente aceita que ama Marla e, por causa disso, ele precisa se livrar de Tyler. Mas as ações de Tyler causam a explosão dos edifícios das empresas de cartão de crédito ao seu redor. Aliás, esse é o verdadeiro objetivo do Clube da Luta, provocar um pânico financeiro mundial e o colapso da sociedade. Apesar desse esforço e muita violência, o narrador não consegue acabar com o sonho consumista que alimenta o capitalismo.
Veja abaixo o trailer do filme
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