Estamos na era da harmonização facial, do retinol, dos filtros que desfocam a pele e A Substância ataca esse culto à falsa beleza.

Margaret Qualley no Filme A Substância
A Substância já está disponível na HBO Max e esse filme de terror corporal feminista faz uma crítica à nova geração de jovens que vive com medo do envelhecimento, muito mais do que as gerações anteriores. O segundo filme da escritora e diretora francesa Coralie Fargeat é quase uma fábula de terror e mostra Elisabeth Sparkle (Demi Moore) como uma estrela ao estilo Jane Fonda. Elisabeth é uma atriz ganhadora do Oscar e acaba sendo a apresentadora de um programa de atividade física na TV. Por causa de sua idade, um impetuoso executivo de TV (Dennis Quaid), com seus ternos extravagantes, decide demitir Elisabeth e contratar uma apresentadora mais nova.
Essa demissão inicia a busca de Elisabeth Sparkle pelo rejuvenescimento imediato e, por causa disso, ela conhece a Substância, um líquido verde-ácido e seus apetrechos para aplicação. Após injetar essa Substância em suas veias, ela imediatamente começa a se contorcer no chão do banheiro. É nessa hora que inicia a fase nojenta do filme, pois as costas de Elisabeth se abrem e desse orifício surge a atriz Margaret Qualley, nua, escorregadia e, mesmo assim, linda.
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Envelhecimento e sexismo temperado com muita gosma
O filme estava caminhando bem, mas logo após Elisabeth Sparkle injetar a Substância em suas veias ele inicia um mergulho sem fim em muita gosma e uma alucinação profunda. Nas cenas seguintes percebemos claramente que o filme faz uma crítica à geração que cresceu com o FaceTune, filtros do TikTok e dicas de influenciadores de beleza, que só querem vender um produto para eles lucrarem muito, impulsionados pela hashtag #BeautyTok, que é o centro desse universo sobre beleza a qualquer custo.
A Substância também critica o Show Business e mostra Demi Moore interpretando, de uma forma abstrata, uma versão de si mesma. A atriz era uma estrela no centro do universo cinematográfico, mas agora parece velha para Hollywood. Uma atriz perfeita para o que o filme pretende apresentar.
Como tudo nesse mundo, repleto de redes sociais, o filme teve críticos e adoradores ferrenhos. Várias pessoas defendem a jovem e otimizada Elisabeth, que se renomeia Sue, mas muitas pessoas são contra essa fonte da juventude horripilante. Principalmente quando Sue enfia uma agulha nas costas de Elisabeth, para extrair todo o seu fluido rejuvenescedor. A ganância de Sue é tanta, que a ferida nas costas de Elisabeth infecciona e escorre pelo chão do banheiro. Quando Elisabeth finalmente consegue acordar, ela imediatamente enxerga o que a Substância pode fazer. Aliás, no início do filme já sabemos que Elisabeth e Sue são a mesma pessoa e uma precisa da outra, para sobreviver.
A Substância está disponível na MUBI e na HBO Max
Lógico que não vou contar o final desse filme, que já está disponível na MUBI e na HBO Max, e muito menos dizer se vale a pena assisti-lo, ou não. Mas posso dizer que o filme faz uma advertência maluca e horrível sobre os perigos de perseguir a juventude e a beleza eterna, por qualquer meio que seja necessário. Com certo exagero, muita gosma e um final maluco, A Substância critica o ageísmo e a indústria da beleza feminina, mostrando que a agressão estética ao corpo é também uma deformação do espírito. Uma batalha sem fim contra si mesmo e que nunca terá vencedores ou vencedoras.
Direção: Coralie Fargeat
Elenco: Demi Moore, Margaret Qualley, Dennis Quaid
Gênero: Drama
Duração: 140 minutos
Classificação Indicativa: 18 anos
Veja abaixo o trailer de A Substância
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