Junte um festival de Rock com surfistas e leve para uma pequena cidade do litoral, assim é o documentário Som, Sol & Surf – Saquarema.
Documentário Som Sol & Surf Saquarema mostra um festival que aconteceu em 1976
Segunda é dia de zapear os canais da TV por assinatura, uma experiência que o streaming ainda não conseguiu imitar. Após passar por várias séries repetidas e filmes que já assisti muitas vezes, acabei no Canal Curta e sua programação diversificada. Estava terminando um programa sobre censura no meio artístico e logo depois começou Som, Sol & Surf – Saquarema, um documentário que eu ainda não conhecia.
Imagine um bando de sonhadores chapados, como eles dizem no documentário, resolvendo criar um festival de Rock, no estilo de Woodstock, mas em Saquarema, uma cidade que na época tinha 21 mil habitantes. As histórias que levam à criação desse festival são muito loucas e no documentário vemos Saquarema ser invadida por roqueiros, surfistas, hippies e bichos-grilos de todas as partes do Brasil.
Saquarema é a Capital do Surfe no Brasil
Conheço Saquarema há muito tempo e já vivi várias histórias nessa cidade, sempre protegido pela igrejinha que fica no alto do morro. Saquarema tem uma praia com muitas ondas e, por causa disso, não tem um movimento muito grande de turistas. Sempre fiquei na Praia da Vila, mas também ia para Itaúna, praia onde acontece os campeonatos de surfe e onde aconteceu o Festival Som, Sol & Surf – Saquarema
Pôster original do Festival
Esse documentário, em 16 mm, mostra bem os movimentos culturais que aconteciam no Brasil, nos anos 1970, período em que a ditadura militar marcava pressão, por isso os jovens sonhavam com dias de liberdade. Vemos depoimentos de Nelson Motta e outros organizadores do evento, além de trechos com vários shows fantásticos. Rita Lee, Raul Seixas, Made in Brazil e até Angela Ro Ro, cantando Rolling Stones, aparecem nesse documentário, juntos com outros artistas.
A ideia era gravar um disco e um filme, mas o dinheiro deve ter acabado e o material filmado, lógico, está desaparecido. Um destino completamente normal para um festival onde quase ninguém tinha lugar para dormir, pois Saquarema foi invadida por vários fusquinhas com pranchas de surfe amarradas do lado de fora. De acordo com os organizadores, as pessoas não paravam de chegar e a cidade triplicou sua população, em apenas alguns dias. Um festival com muito Rock e Surfe, mas sem comida, água e leite, algo que não deve ter incomodado essa geração paz e amor.
O material original desse documentário foi captado em 16mm, mas o diretor Hélio Pitanga conseguiu resgatar esses dias de Rock, Surfe e muita loucura. Viva o Rock, Viva Saquarema, Viva a Sociedade Alternativa!
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