Assistimos O Natal do Charlie Brown na infância, mas só compreendemos a história alguns anos depois, quando começamos a entender como a vida é complexa.

Charlie Brown e Linus van Pelt tentando entender o Natal
O Natal do Charlie Brown é uma animação bem introspectiva e, com toda a certeza, muito à frente do seu tempo, pois esse desenho é de 1965. Várias pessoas pensam que os desenhos da Turma do Charlie Brown não retratam as crianças de maneira adequada, mas essa era a intenção de Charles M. Schulz. Na verdade, Schulz sempre quis ver essa turminha agindo como garotos e garotas do ensino médio. Por isso a Turma do Charlie Brown pergunta sobre a vida, a ambição e o significado de tudo, ao invés de apenas se divertir.
Quando Charlie Brown pronuncia suas primeiras palavras como personagem animado, no filme O Natal do Charlie Brown, ele já transmite esse desespero, algo que algumas pessoas também sentem nesta época do ano.
“Acho que deve haver algo errado comigo, Linus”, diz Charlie Brown. “O Natal está chegando, mas não estou feliz. Não sinto o que deveria sentir. Eu simplesmente não entendo o Natal, eu acho. Gosto de ganhar presentes, mandar cartões de Natal, decorar árvores e tudo mais. Mas ainda não estou feliz. Sempre acabo me sentindo deprimido.”
Já assisti à essa animação algumas vezes e li muito os quadrinhos e tirinhas de jornal dos personagens de Charles M. Schulz. Mas o meu Natal sempre aconteceu em casas cheias e nunca foi melancólico, ou introspectivo. Apesar da família ir diminuindo à cada ano, por diversos motivos, o meu natal quase sempre acontece com muita alegria e paz.
Algo que pessoas como Charles Schultz e Charlie Brown não conseguem entender e, por isso, sempre questionam:
“Por que toda essa felicidade não acontece durante o ano todo?”
Claramente esse sentimento de alegria é muito mais intenso durante a época natalina, já que a pressão para sermos alegres é implacável. O Natal de Charlie Brown é uma excelente animação, justamente por causa disso. Não é o melhor filme infantil natalino de todos os tempos, mas é essencial para várias famílias. Principalmente aquelas que ousam ficar triste nesta data tão festiva. Não leio a Bíblia, mas sei que ela está repleta de trechos falando sobre depressão, ou desapontamento. Quem não entende a felicidade que o Natal quer transmitir, provavelmente nunca entendeu nada sobre Deus e muito menos a Bíblia.
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Pode não parecer, mas esse filme mostra uma melancolia saudável e até Charlie Brown procura uma psicóloga, apesar de Lucy estar mais preocupada em receber seu pagamento adiantado. Mesmo assim, Lucy consegue passar um conselho útil para Charlie e diz que ele precisa é de envolvimento. Ou seja, para entrar no espírito natalino, Charlie Brown precisa se conectar com outros seres humanos. Para conseguir essa conexão, ela sugere que Charlie dirija a peça natalina da sua turma.
Charlie Brown até tenta fugir dessa tristeza natalina que tudo consome, além de estar particularmente desanimado com o capitalismo intenso dessa data. Algo representado por Snoopy, que decora sua casinha de cachorro com toneladas de enfeites e luzes, apenas para ganhar um concurso.
Após renovar o seu espírito natalino, Charlie Brown leva para casa uma pequena árvore que é muito parecida com ele. Uma árvore bem triste e muito solitária. Assim como ele, a árvore tem uma necessidade desesperada de receber muito amor e atenção.
No final do filme, Charlie Brown e sua árvore conseguem atrair a atenção de todos e os seus amigos aparecem, inesperadamente, para enfeitar a sua árvore de natal. Eles reconhecem que ela precisa ser totalmente linda e brilhante, mas também enxergam que Natal é tempo de união e alegria. É exatamente esse milagre que o Natal consegue proporcionar. Se até o Charlie Brown consegue ser feliz, todo mundo também merece ter essa felicidade natalina. Que ela possa ser intensa e emocionante, enquanto dure.
Veja abaixo o trailer de O Natal do Charlie Brown
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