Conheça o pai e também a mãe do Rock


Bill Haley, criador de Rock Around the Clock, popularizou esse ritmo em todo o mundo, mas o primeiro disco da história tem outro pai e mãe.

Pai e Mãe do Rock

Rosetta Tharpe

Na verdade, o título de pai e mãe do Rock é muito disputado, com concorrentes como Strange Things Happening Every Day (1944), de Rosetta Tharpe, e Good Rockin Man (1947), de Roy Brown. Mas, a música que é realmente reconhecida como o primeiro e verdadeiro Rock ‘n’ Roll, é Rocket 88, gravada pelo saxofonista/vocalista nascido no Mississippi, Jackie Brenston.

O primeiro disco do Rock também foi Rocket 88, gravado por Jackie Brenston and Delta Cats no Sun Studios de Sam Phillips, em Memphis, Tennessee. Jackie Brenston e companhia eram, no entanto, Ike Turner and His Kings Of Rhythm, e o Rock ‘n’ Roll era pouco mais do que um eufemismo entre a população afro-americana, no início do século XX.

Rosetta surgiu antes de Elvis

Sabemos que o Rock ‘n’ Roll foi criado entre a igreja e as boates pela alma de uma mulher negra que, na década de 1940, era chamada de Sister Rosetta Tharpe. Ela estava lá bem antes de Elvis, Little Richard e Johnny Cash girarem os seus quadris e dedilharem as suas guitarras. Foi Tharpe, a mãe do Rock ‘n’ Roll, que transformou esse estilo musical emergente em uma sensação internacional até hoje.

Tharpe sempre foi cercada por música enquanto crescia. Nascida Rosetta Nubin em Arkansas, filha de Willis Atkins e Katie Bell, Tharpe veio de uma família de cantores religiosos, catadores de algodão e religiosos. Ela começou a tocar violão aos quatro anos de idade e aos seis acompanhou a sua mãe, com apresentações nas igrejas americanas. No entanto, em meados da década de 1920, Tharpe e sua mãe se estabeleceram em Chicago, onde continuaram apresentando sua música religiosa. Conforme Tharpe crescia, ela começou a fundir blues, jazz de Nova Orleans e música gospel no que seria o seu estilo musical.

Aos 23 anos ela criou o primeiro single, Rock Me, uma fusão de gospel e Rock ‘n’ Roll e três canções: My Man and I, That’s All e Lonesome Road.

As letras de Tharpe flertavam descaradamente com a sua franqueza sobre o amor e a sexualidade, uma abordagem que deixou o seu público gospel mudo. Com toda a certeza Tharpe merece o título de mãe do Rock, pois na década de 40 já fazia o público balançar o quadril ao som do Rock ‘n’ Roll.

Pai e Mãe do Rock

Roy Brown

Nesse debate contínuo sobre as origens do Rock’n’Roll, há poucas dúvidas de que esse ritmo também parece muito com o R&B que Roy Brown produzia em Nova Orleans, por volta de 1950. Seus poderosos e emocionantes vocais de estilo gospel, com gritos e coros berrantes, influenciaram o canto das gerações de Roqueiros e Bluesmen que surgiram. Bobby ‘Blue’ Bland, Little Richard e James Brown aprenderam muito com Roy, que também era um ótimo letrista. Tanto que a sua composição mais lembrada, o levou ao Blues Hall of Fame.

O Rock nasceu nas igrejas e teve pai e mãe

Roy Brown nasceu em Nova Orleans, em 1925 e cresceu em Louisiana e Texas, mas mudou-se para Los Angeles quando sua mãe morreu, em 1942. Suas habilidades vocais foram aprimoradas na Igreja, mas Roy queria se tornar um boxeador e chegou a lutar como meio-médio.

Porém, Roy ganhou um concurso de canto e mudou-se para Galveston, Texas, onde liderou uma banda e começou a tocar Blues. Exatamente quando ele escreveu uma música chamada Good Rockin Tonight e pediu para que o seu ídolo, Wynonie Harris, a gravasse, mas ele não aceitou. No entanto, em 1947, Roy vai ao estúdio J&M, de Cosimo Matassa, com a sua versão de Good Rockin Tonight. Mas dessa vez a música tem um vocal gospel bem acelerado e um pouco sujo. Por isso, ela também é candidata a ser o primeiro hino do Rock’n’Roll.

Pois essa música tocou um pouco nas estações de rádio, especialmente no Poppa Stoppa’s Show, onde tocava sem parar, ficando em 13º nas paradas. Foi aí que Wynonie Harris finalmente reconheceu que a música era excelente e sua versão foi para o primeiro lugar, no ano seguinte. Elvis, Jerry Lee Lewis, Ricky Nelson e Bruce Springsteen tocaram essa música e fiveram sucesso com a composição de Roy. Outros sucessos na mesma linha, como Hard Luck Blues, Miss Fanny Brown e Cadillac Baby, fizeram de Roy o artista de R&B mais vendido.

Pai e Mãe do Rock

Jackie Brenston and his Delta Cats

A música Rocket 88 é uma canção de rhythm and blues, gravada pela primeira vez em Memphis, Tennessee, em março de 1951. Porém, essa gravação é creditada a Jackie Brenston and his Delta Cats, que na verdade são Ike Turner and his Kings of Rhythm. O single alcançou o 1º lugar nas paradas de R&B da Billboard.

Muitos reconhecem sua importância no desenvolvimento do Rock’n’Roll e várias pessoas consideram Rocket 88 como o primeiro disco de Rock da história. Em 2017, o Mississippi Blues Trail dedicou seu 200º aniversário ao disco Rocket 88, como um registro influente da história desse ritmo. Por isso a canção foi inclusa no Blues Hall of Fame em 1991, no Grammy Hall of Fame em 1998 e no Rock and Roll Hall of Fame em 2018.

Essa música era um hino de louvor ao automóvel Oldsmobile Rocket 88, que tinha acabado de ser lançado. Ela é inspirada na canção Cadillac Boogie, de Jimmy Liggins e também foi bastante influenciada por Rocket 88 Boogie, de Pete Johnson. A música foi gravada para o selo Swing Time Records, de Los Angeles, em 1949.

Rocket 88 fala sobre liberdade

A letra de Rocket 88 fala sobre carros, garotas, sexo, álcool e liberdade e, lógico, atraiu os adolescentes de todas as classes sociais americanas. Existe uma segunda versão de Rocket 88, gravada pelo grupo country Bill Haley and the Saddlemen, que mais tarde seriam Bill Haley and the Comets. A gravação de Haley foi um sucesso nos EUA, impulsionando sua carreira musical antes do sucesso Rock Around the Clock, gravado em 1954.

Não importa muito quem é o Pai ou a Mãe do Rock, pois esse ritmo conquistou várias gerações e ajuda, até hoje, a libertar toda a juventude. Aqueles jovens que não aguentam viver um cotidiano careta e totalmente retrógrado. Fico imaginando como deveria ser escutar esses pioneiros do Rock’n’Roll nas décadas de 40, 50 e 60 e como o impacto desse ritmo era devastador e libertário. Do jeitinho que o Rock deve ser, ontem, hoje e sempre.

Veja abaixo a performance de cada cantor

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