Boa parte dos leitores de HQ acha que o Super-Homem foi o primeiro super-herói a aparecer nas páginas de uma revista em quadrinhos. Mas, apesar do Homem de Aço ser muito mais reconhecido, o primeiro herói que surgiu foi o Espírito que Anda, O Fantasma.
O Fantasma de Lee Falk
Lee Falk, que também é responsável pela criação do Mandrake, criou O Fantasma na década de 30, quando a empresa King Features Syndicate lhe pediu para criar uma nova série de quadrinhos. Sua ideia inicial seguia as linhas do Rei Arthur e os seus cavaleiros, mas acabou sendo totalmente rejeitada. Conseqüentemente, o lado criativo do seu cérebro acabou pensando em um personagem com olhos brancos, quando está de máscara, alem de um traje roxo colado no corpo, e foi assim que O Fantasma nasceu, no ano de 1936.
Por falar em traje, quando O Fantasma iniciou sua impressão em cores no Brasil, o seu uniforme era totalmente vermelho. Essa confusão sobre a cor do uniforme desse herói criado por Lee Falk, aconteceu no Brasil, Espanha e Itália, onde o personagem tinha um uniforme avermelhado. Em outros locais, como a Escandinávia, o herói tinha o traje azul, enquanto na Nova Zelândia, o uniforme era marrom. No restante do mundo o traje era roxo, que é a tonalidade correta do uniforme do herói.
Primeira Edição em quadrinhos
A aparente confusão aconteceu por causa das primeiras publicações de tirinhas coloridas do mascarado, em 1939, três anos após o surgimento do personagem em preto e branco. Naquela época, cada jornal tinha condições de impressão distintas e, por isso, cada publicação escolhia como seria a cor do herói. Além das roupas, o Fantasma carrega duas pistolas calibre 45 e tem como uma de suas marcas registradas, um anel de caveira.
Um Personagem Com Vários Desenhistas
As primeiras histórias do Fantasma foram desenhadas pelo próprio Lee Falk. Isso apenas por algumas semanas, depois disso os artistas Roy Moore e Wilson McCoy assumiram a arte da tira de jornal. Moore desenhou até se alistar no exército, durante a Segunda Guerra Mundial. Nesse período o trabalho foi assumido por McCoy, que continuou mesmo após a guerra até 1949. Após a morte de Roy Moore, McCoy assumiu completamente o comando.
Após a morte de McCoy, em 1961, a história em quadrinhos foi assumida por Carmine Infantino e Bill Lignante. No entanto, eles logo foram substituídos por Sy Barry, que desenhou os quadrinhos do herói até 1994.
Embora os artistas tenham mudado muito ao longo dos anos, as histórias de Lee Falk foram a única referência que se manteve constante. Até sua morte, em 1999, Falk continuou a fornecer roteiros para as tiras diárias e há histórias que ele arrancava sua máscara de oxigênio no hospital, para narrar o texto final para a sua esposa, Elizabeth Falk, que acabou publicando suas duas últimas aventuras do herói.
O Fantasma – Publicado Pela Rio Gráfica Editora
Publicada em vários países, as histórias do Fantasma também tiveram vários problemas. A primeira versão do herói mostrava um homem chamado Christopher Walker, que chegou a um lugar chamado Bangalla, localizado na África. Ele era um homem branco, que foi abandonado nessa ilha distante e alguns nativos o encontraram e cuidaram dele, até recuperá-lo. Após isso, ele passa a ser O Fantasma, um herói dedicado a lutar contra as injustiças e tudo mais.
No entanto, podemos facilmente encarar isso como outra origem estranha dos quadrinhos, pois a imagem de um homem branco, sendo o salvador de uma tribo africana primitiva, é algo bem surreal. Com certeza esse neocolonialismo não iria cair bem hoje, mas o público menos consciente, de 1930, não teve nenhum problema com essa história, é claro. Mas, no mundo globalizado de hoje, esta origem simplesmente enterraria a chance de sucesso do herói mascarado de Lee Falk.
O Fantasma, Capeto e Herói
O Fantasma pode não ser um herói politicamente correto, mas suas histórias já existem há mais de 80 anos. Portanto, compre a HQ na Amazon , ou vá até a loja de quadrinhos mais próxima da sua casa e peça uma revista do Fantasma. Com certeza será um experiência divertida ver esse herói socando os bandidos e deixando uma marca de caveira nos seus queixos. Certamente você vai perceber que o Espírito que Anda ainda pode ser um Super-Herói pronto para salvar o mundo, independente da sua origem um pouco nebulosa.
O Fantasma em ação
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