O filme A Hora da Zona Morta e as intermitências do tempo

Um autor estadunidense que tem muitos romances adaptados para o cinema é o Stephen King. Eu gosto muito de vários filmes dele, tais como O Iluminado, do Kubrick, que o próprio King não gosta, Louca Obsessão e Eclipse Total, com a magistral performance de Kathy Bates (adoro o trabalho dela), Christine, A Metade Escura, It – A Coisa, À Espera de Um Milagre, Carrie, A Estranha, e mais uma mancheia.

Outro dia, uma amiga me deu a dica de que A Hora da Zona Morta está disponível no Prime Video. O filme é protagonizado pelos excelentes Christopher Walken e Martin Sheen e trata de um assunto que mexe muito com a imaginação de quase todo mundo: a possibilidade concreta de se prever o futuro e, uma vez sabendo da situação, alterar uma possível tragédia.

(Alerta de revelações da trama)

Na trama, John Smith sofre um acidente de automóvel quando voltava da casa da namorada e fica em coma profundo, do qual acorda 5 anos depois, com a habilidade de prever o futuro ou de ver coisas que já aconteceram. Ao segurar a mão da enfermeira que o atende, ele vê a casa dela em chamas e a filha desesperada. Os bombeiros são acionados e a criança é salva.

À medida que a história avança, revezes acontecem e John, que descobriu um assassino em série por meio dessa clarividência, vê sua vida transformada de modo tão brutal que se isola e se muda de cidade.

Em paralelo, Greg Stillson trabalha para se eleger senador, campanha da qual participa a antiga namorada de John, Sarah Bracknell, que havia se casado com outra pessoa. O casal é entusiasta da campanha de Stillson. John jamais se esqueceu de Sarah e, num comício do candidato, a vê e tenta se encontrar com ela. O destino o coloca diante de Stillson e eles apertam as mãos. John, então, tem a visão de um futuro muito catastrófico.

Atordoado, procura o médico que o tratou durante o coma, sobrevivente do nazismo alemão e pergunta se ele tivesse o poder de saber o que Hitler faria, teria eliminado o ditador. Não posso revelar mais nada, sob pena de estragar o filme, que embora não seja daqueles suspenses clássicos, tem uma tensão excelente.

Além dessa boa história, contada por Wes Craven de forma conservadora, sem grandes efeitos, sem corridas de carros e tiroteios intermináveis, mas com sutileza e auxiliado por um elenco que não merece adjetivo menor que brilhante, com destaque absoluto para os dois protagonistas. Martin Sheen e Christopher Walken estão verdadeiros e presentes, mas guardam um quê de teatral.

Pois bem, a premissa é essa: você é capaz de prever o futuro, mas não só. Com base nessa previsão, você pode tomar uma atitude que alterará e pode evitar a tragédia. A pergunta decorrente é se você vai ou não tomar uma atitude capaz de desviar os rumos desse desfecho ruim.

Vamos por partes. No mundo real, é absolutamente impossível prever o futuro. E olha que quem fala é um homem de Candomblé. Muita gente pensa e entende o oráculo dos cauris como uma forma de prever, de predizer acontecimentos. Na minha opinião, é um grave engodo, um equívoco. O que os búzios nos trazem é a mensagem dos Orixás/Jinkissi/Voduns para aquela situação particular. É a forma de comunicação entre os mundos e depende da sensibilidade do olhador aliada à caída das conchinhas abertas ou fechadas, mas não vai te dizer o que acontecerá amanhã ou depois. Mas o que acontecerá amanhã ou depois tampouco é um mistério insondável, uma vez que é produto do que aconteceu ontem, anteontem, semana passada, etc. Tudo é conseqüência. Nada é acaso.

Mas consideremos a fantasia idealizada por Stephen King e a hipótese de prever e a possibilidade de alterar o futuro; ou ainda a ideia de uma viagem no tempo, uma volta ao passado capaz de alterar o presente. Que coisas da sua vida, ou da sociedade, você alteraria? Você seria capaz de matar um tirano, enquanto ainda era uma criança?

Em parceria com: Incansável Encantamento


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