Nosferatu é um filme de terror mudo produzido em 1922 mas, tecnicamente, não deveria existir, pois é um plágio do romance Drácula, de Bram Stoker.
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Max Schreck Como Nosferatu
Nosferatu continua sendo um dos filmes mais famosos da era do expressionismo alemão e um dos mais influentes no gênero de terror. Até as gerações mais jovens já estão familiarizadas com esse vampiro do filme, Conde Orlock. Isso, graças a sua participação no clássico episódio de Bob Esponja Calça Quadrada, Graveyard Shift e agora por causa da nova versão que chegou aos cinemas.
Sem Nosferatu, os filmes de terror do século passado seriam completamente diferentes. Apesar do filme quase não ser lançado, pois é uma produção ilegal e continua ilegal até hoje.
Não é segredo que a inspiração para Nosferatu seja o lendário romance de terror de Bram Stoker, Drácula, uma história adaptada inúmeras vezes em vários filmes, quadrinhos e séries. O problema é que o diretor de Nosferatu, F.W. Murnau, adaptou esse romance de 1897, sem permissão do espólio de Stoker.
Viúva de Bram Stoker não vendeu os direitos de Drácula
O produtor Albin Grau fez esse filme de vampiros depois de aprender sobre a tradição vampiresca, na Sérvia, período em que esteve na Primeira Guerra Mundial. Ele criou uma produtora chamada Prana Film e contratou o roteirista Henrik Green e o diretor Murnau para adaptarem o livro Drácula, de Bram Stoker. Porém, como Stoker morreu em 1912, sua viúva Florence recusou-se a vender os direitos do romance. Apesar do livro ser gratuito e de domínio público nos Estados Unidos, devido a um erro de direitos autorais, ele não era gratuito na Alemanha. Essa liberação só aconteceu 50 anos após a morte de Stoker, em 1962.
Apesar dessas restrições, Grau, Green e Murnau persistiram em sua adaptação. Por isso eles mudaram o nome do filme para Nosferatu e o vampiro titular era chamado de Conde Orlock. Além disso, o nome de Jonathan Harker foi alterado para Thomas Hutter, Mina Harker tornou-se Ellen Hutter e Abraham Van Helsing tornou-se o Professor Bulwer.
Mesmo assim, o enredo básico de Drácula e Nosferatu são bem semelhantes: um homem faz uma viagem de negócios para um castelo isolado, onde um vampiro pretende seduzir sua noiva. Os cineastas tentaram diversificar o enredo de várias maneiras e incluíram a ideia de que a luz do sol pode matar vampiros.
Apesar dos esforços para diferenciar o filme do material original, isso não foi suficiente para evitar um processo judicial. Pois o espólio de Stoker descobriu sobre Nosferatu e soube que o filme teria sua estreia no Jardim Zoológico de Berlim, em 1922. Além disso, nas primeiras versões do filme eles utilizaram o nome Drácula, algo que torna o plágio bem óbvio. Florence Stoker entra com um processo de violação de direitos autorais e exige que todas as cópias do filme sejam destruídas.
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Famosa cena de Nosferatu
Durante esse processo, a produtora Grau’s Prana Film declarou falência e fechou as portas. Em 1925, a Viúva de Stoker ganhou o caso e o juiz ordenou que todos os negativos e impressões de Nosferatu fossem enviados a ela. Ou seja, a madame resolveu destruir todas as cópias.
Da mesma forma que um vampiro ressuscita das tumbas, algumas cópias sobreviveram e chegaram à América, no final dos anos 1920. Como o romance Drácula era de domínio público nos Estados Unidos, essas cópias de Nosferatu não foram destruídas. Após essa sobrevida, algo que combina bem com filmes vampirescos, mais cópias foram produzidas e o filme teve um culto de seguidores. Isso fez com que Nosferatu ficasse famoso, até hoje. Afinal, quem nunca viu o filme ou alguma cena desse vampirão horripilante e assustador?
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