Força Maior quase zomba da masculinidade

Força Maior é um filme que tenta satirizar os ideais masculinos de Hollywood, pois mostra um cara que deixa de ser um herói e perde a família, mas recupera tudo no final.

Filme Força Maior

Cena do filme Força Maior

Hoje vi o Canal Brasil falar sobre o filme Força Maior, disponível na Mubi, e como ele faz uma crítica sobre a necessidade heróica do homem. O filme é um estudo sombrio sobre o ego masculino em colapso, mas também fala, pelo menos início, sobre desastres naturais. Pois seus personagens acabam tropeçando em um e essa cena chega logo no início do filme.

Em Força Maior vemos uma família no segundo dia de férias e eles estão sentados para um almoço relaxante, no terraço de uma estação de esqui, na Suíça. Mas Tomas (Johannes Kuhnke) e Ebba (Lisa Loven Kongsli) ficam alarmados com um deslizamento de neve, pois ele está indo direto para a sacada do restaurante. Como o deslizamento chega com uma velocidade ameaçadora, Thomas foge, instintivamente, para garantir a sua segurança. No entanto, esse pai e marido acaba abandonando completamente Ebba e seus dois filhos pequenos.

A partir desse momento de fraqueza, a história foca no relacionamento do casal e Ebba pensando como ela pode continua amando um marido que larga ela e os seus filhos para morrerem sozinhos?

No desenrolar do filme vemos Tomas tentando recuperar a sua masculinidade, mas nem seu amigo Mats (Kristofer Hivju), junto com sua namorada Fanny (Fanni Metelius), conseguem ajudá-lo nessa luta interna. Com esse desprezo coletivo, Tomas afunda cada vez mais e até chora, para desprezo de Ebba, que fica com nojo do marido. Até aqui achamos que o destino de Tomas é se jogar da varanda do restaurante e morrer na neve branca dos Alpes Suíços.

No entanto, a câmera do diretor Ruben Östlund consegue criar uma situação para que Tomas consiga recuperar o seu perfil heróico e indestrutível. É nessa hora que o filme falha e cria maneiras de Tomas se redimir, primeiro salvando Ebba na neblina da montanha e depois preparando tudo para um final meio ridículo.

Nos minutos finais, a família está descendo uma montanha de ônibus, quando o motorista começa a ter dificuldades para controlar o veículo. Por isso Ebba entra em pânico e grita para o ônibus parar e sai correndo, deixando Tomas e seus amigo com as crianças. A última cena mostra Tomas descendo a montanha com seu filho, como um verdadeiro herói, e outro passageiro oferece um cigarro para ele. Essa metáfora, digamos bastante óbvia, mostra que Tomas consegue recuperar sua masculinidade e termina o filme como um verdadeiro herói da Marvel.

O filme não critica a ideia de que Tomas precisa ser um herói, para realmente ser homem. Força Maior faz uma crítica por ele não ser um herói, mas termina deixando-o heróico. É até inacreditável que Tomas salve sua esposa no final, pois nessa hora ele consegue humilhar Ebba, da mesma forma que ela o humilhou. É nesse momento que o filme falha, pois tenta reafirmar a autoridade patriarcal, colocando-a de volta ao seu lugar. Pois Tomas deixa o seu perfil Clark Kent e retorna como o Super-Homem que a sociedade exige e gosta, mas com aquela masculinidade bifurcada.

Veja o trailer abaixo

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