O Twitter teve uma guinada radical e alguns usuários partiram para o Mastodon

Como a economia da atenção atinge seus lucros corporativos explorando nossas vulnerabilidades psicológicas em Redes Sociais, como o Twitter.

Twitter

A Rede Social Mastodon cresceu, após a radicalização do Twitter

Recentemente o dono da Tesla adquiriu o Twitter, algo que deixou os defensores da liberdade de expressão bem preocupados. Esses defensores sabem que as Redes Sociais podem corroer nossa vida, diminuir nossa privacidade, enfraquecer a coesão cívica e nos tornar vulneráveis ​​à manipulação, algo que acontece diariamente. No entanto, como nos beneficiamos das mídias sociais, hesitamos em nos desvincular completamente delas e interagimos com as fake news diárias dessas plataformas.

Muitas pessoas não gostam das Redes Sociais, mas mantêm o Instagram instalado porque sentem falta dos filhos quando estão distantes. Por isso navegam pelas fotos compartilhadas por eles, algo que afasta um pouco a saudade. Mesmo assim, várias pessoas estão preocupadas com a maneira que utilizam seus Smartphones em, por isso, acabam instituindo regras que definem o tempo de utilização dos Apps instalados. Algo que os usuários da Apple conhecem bem, quando ativam o Tempo de Uso nos seus iPhones, iPads e Macs.

Muitos de nós temos histórias bem semelhantes e sonhamos em abandonar as Redes Sociais. No entanto, sempre buscamos alguma maneira de resgatá-las, ampliando o lucro absurdo das empresa que investem na economia da atenção. Por isso alguns governos já buscam a criação de um Regulamento Geral de Proteção de Dados, algo que também pode gerar um monstro incontrolável.

Twitter e Mastodon

App Mastodon está disponível para iOS e Android

Após o chefe da Tesla e da SpaceX comprar o Twitter por US$ 44 bilhões, boa parte dos 115 milhões de usuários já começam a procurar Redes Sociais alternativas. Uma dessas redes, o Mastodon, teve um crescimento absurdo de novas contas, algo que fez Eugen Rochko comemorar, pasmem, no Twitter: “atingimos 1.028.362 usuários ativos mensais em toda a rede hoje”.

O Mastodon pega carona na tão discutida reforma das mídias sociais, um processo intrincado, demorado e que envolve advogados, Ph.D.s, cientistas da computação e, lógico, especialistas em governos. Justamente por essas respostas oficiais demoradas, criaram um coletivo independente de desenvolvedores, com alguns tecno-utópicos, que se autodenominaram com o termo IndieWeb. São essas pessoas que estão criando Redes Sociais alternativas, como o Mastodon. Vários estão desenvolvendo suas próprias plataformas de mídia social, que, segundo eles, preservarão o que é bom, enquanto descartam o que é ruim. Eles esperam reconstruir essas novas mídias sociais com princípios menos corporativos, totalmente centrados no lado humano.

Os criadores dessa IndieWeb oferecem uma análise bastante direta da atual crise das Redes Sociais. Eles conseguem resumir essa crise com uma única pergunta: “quem é o dono dos servidores?”

Com certeza nossa atividade online necessita de servidores e eles pertencem a um pequeno número de grandes empresas. Lógico que esses servidores precisam de dinheiro para funcionar. Portanto, se você está usando os servidores de uma empresa, sem pagar por esse privilégio, certamente essa empresa deve estar encontrando outras maneiras de capitalizar com o seu acesso. É exatamente essa busca capitalista em larga escala, que causa as crises de privacidade e essa dependência controlada pelos atuais donos das Redes Sociais.

Redes Sociais, como o Twitter, controlam a sua liberdade de expressão

Com todo esse controle, é lógico que a nossa liberdade de expressão também será afetada, pois ela depende dos proprietários de cada servidor. Quando você limita suas atividades online a essas redes, cercadas de muros, você acaba usando interfaces que beneficiam os proprietários desses servidores. Por isso Facebook, Twitter e Instagram incentivam o conformismo, pois isso facilita o processamento e a monetização de nossos dados.

Criei uma conta no Mastodon e posso dizer que ele não é uma Rede Social perfeita. No entanto, o que distingue o Mastodon das outras redes, é que qualquer pessoa pode baixar o software e construir a sua própria Rede Social. Ao criar uma conta no Mastodon, você cria sua rede específica, que passa a ser a sua casa. Você pode ver as postagens de outros usuários, que também estão em suas redes e eles podem ver as suas. Juntas, essas redes independentes formam uma federação. Um protocolo permite que essas redes independentes conversem entre si, aparentemente com mais segurança e privacidade. Porém, a maioria dos usuários do Mastodon prefere direcionar as suas interações online, para um pequeno número de usuários.

Essas redes criam nichos, que representam comunidades com as quais cada usuário sente uma forte conexão. Portanto, o Mastodon não tem a amplitude que Redes Sociais consolidadas oferecem. Por isso o Mastodon consegue controlar a crueldade e as mentiras que as outras Redes Sociais permitem.

Não sei se as pessoas, que não se sentem à vontade nas Redes Sociais, estão procurando uma versão melhor delas. Acho até que vários usuários estão tentando reduzir, permanentemente, o papel que as telas dos smartphones desempenham em suas vidas. Mas, quem quiser utilizar uma Rede Social mais humana, basta baixar o App do Mastodon, disponível em iOS e Android.

Ou apenas delete os Apps de Redes Sociais do seu Smartphone. Com essa enxurrada de elementos manipuladores, estamos descobrindo que as Redes Sociais são bem menos gratificante, do que tudo aquilo que elas prometem.

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