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Estou diante de uma tela plana de computador, ligado a uma rede multitudinal, em que opiniões – inclusive as minhas – são emitidas todos os dias na Web.

Charles Babbages Computer

Já falei o quanto a contemporaneidade nem me parece um tempo, mas um espaço. Quando me lembro dos tempos de infância, vivida em uma cidade pequena do interior de Goiás, um Estado esquecido de um País periférico, parece que eu vivia em outro planeta. 

Já havia luz elétrica e a tv era um centro de interesses na sala de visitas. Jornalísticos, novelas, seriados enlatados, desenhos animados, alguma cultura viajava através do espaço e nos alcançavam, trazendo informação e padrões de comportamento ao qual almejávamos. Entravam em nossa casa padrões estéticos e econômicos inalcançáveis e ilusões à mancheia.

Me lembro de ir ao sucesso com Hollywood – não o cinema, mas a marca de cigarros; da boa ideia que era a 51, a caninha mais popular do Brasil; de ir mais longe com um Corcel 80 – não o cavalo, o carro da Ford, que hoje nos abandona para se estabelecer numa Argentina governada por um partido mais progressista.

Alan Turning e Ada Lovelace criaram os primeiros computadores

Durante a Grande Guerra de 1939/1945, não gosto de chamar de segunda guerra mundial, porque a primeira foi uma guerra europeia e os historiadores achavam que a Europa era o mundo todo. Esta guerra teve muitos mais continentes envolvidos e, por conseguinte, quase atingiu todos os cantos do mundo, mas justamente durante esse período bélico, um camarada inventou o processamento de dados e o computador, e a partir daí, a evolução tecnológica foi assombrosa.

Devemos isso a um matemático homossexual que já foi até tema de filme, o Alan Turing e também ao olhar visionário de Ada Lovelace, que no século XVIII criou o primeiro algoritmo e abriu portas para a programação. Ada acreditava que qualquer tipo de conteúdo, como música, texto, imagens e sons, poderia ser traduzido para a forma digital e manipulado pela máquina. Ela já visualizava aquilo que viria acontecer nos computadores atuais.

Dr Alan Turing

Quando em meados da década de 1990 a Internet chegou ao mundo, aí vivemos um ponto de virada excepcional. A troca de informações ponto-a-ponto, que outrora era por intermédio de cartas, cujo trâmite podia demorar dias, se tornou instantâneo. Saber das notícias e das pesquisas também. O acesso à informação foi democratizado e com um poder astronômico de libertar as pessoas. Mas, aquele algoritmo que Ada criou, de certa forma foi utilizado para escravizar e desinformar o mundo.

Não é por um acaso que Tim Berners-Lee, um dos criadores da Internet, divulgou recentemente uma carta, onde diz que a Web precisa ser libertada. Seria como se o criador da roda alertasse à todos sobre o poder bélico da sua criação.

Ada Lovelace

A tecnologia não foi criada para oprimir

A Internet tornou-se um novo campo de batalha entre os governos que censuram o conteúdo online e aqueles que defendem a liberdade de navegar, postar e compartilhar informações online para todos, independentemente do seu local de residência. As teias da grande Rede vão sendo desmanteladas e o povo sofre nas mãos de tiranos. Mas, a tecnologia não tem o poder de oprimir, a falta de informação sim.

Hoje temos a robótica, os telefones celulares, a transmissão de áudios e vídeos. A quantidade de informação transmitida diariamente é incalculável e todos os nossos dados estão armazenados na nuvem, vagando pelo Planeta.

Toda essa transformação tecnológica nos tornou mais livres? Nos tornou mais capazes de expandir e utilizar plenamente nossas capacidades e talentos? Não sei. Mas o custo social disso é imenso. E hoje, além de tudo isso, estamos presos às Redes Sociais, que desinformam e hipnotizam aqueles que não utilizam a web para expandir o conhecimento.

Chegamos o século XXI e a tecnologia não para de evoluir

É muito fácil culpar a tecnologia pela exploração trabalhista que corre solta no mundo. Mas uma pessoa que procura o Uber como opção de trabalho, está realmente preparada para o século XXI?

O CEO da Apple já foi pressionado para contratar somente Americanos para as vagas de emprego da gigante tecnológica. No entanto, Tim Cook respondeu que se eles forem preparados, como todos aqueles que trabalham na empresa, certamente eles seriam contratados. A tecnologia tem o poder de libertar e ampliar as fronteiras, mas boa parte do Mundo insiste em retroceder. Sempre foi assim. O Homem tem medo do novo e do futuro. Como diz Caetano Velloso em Sampa “à mente apavora o que ainda não é mesmo velho.”

A tecnologia tem o poder de mudar o mundo, é inevitável que robôs e inteligências artificiais ocupem cada vez mais as vagas de trabalho que foram criadas no século passado. O mundo já tem consciência sobre isso e líderes mundiais, intelectuais e sociólogos já debatem a necessidade de uma Renda Básica Universal. 

A tecnologia move o mundo e o homem deve estar preparado para esse futuro.

Em parceria com Incansável Encantamento


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