Artistas, autores e criativos escreveram ao Google, antes do lançamento da IA Gemini, falando sobre a total falta de transparência no uso de dados.
Google lança IA Gemini 1.5
O Google revelou hoje o Gemini 1.5, seu mais recente sistema de IA conversacional, que utiliza tecnologias como chatbots ou agentes virtuais, com as quais os usuários podem interagir. Essa nova versão do Gemini vem com grandes avanços em eficiência e desempenho, além de ampliar sua capacidade de raciocínio para longo prazo.
O novo sistema, totalmente detalhado em uma postagem no blog do diretor de IA do Google, Demis Hassabis, incorpora melhorias significativas na arquitetura. Por isso o Gemini 1.5 tem um desempenho equivalente ao maior modelo Gemini 1.0 Ultra da empresa, mas utiliza menos recursos de computação. Lembrando que o modelo Gemini 1.0 Ultra já havia sido apresentado na semana passada.
O Gemini 1.5 analisa 128 mil tokens
O maior avanço da versão 1.5 vem na forma de uma janela de contexto experimental, com um milhão de tokens, segundo o Google. Ou seja, isso representa um avanço na compreensão de contextos mais longos. Pois o modelo padrão do Gemini analisa prompts em um contexto de até 128.000 tokens. Com essa atualização, de um milhão de tokens, o Gemini 1.5 pode processar uma quantidade muito maior de informações contínuas, antes de gerar sua resposta.
Sociedade de Autores do Reino Unido entrou em contato com Google
É lógico que criadores, autores, cineastas e qualquer profissional que trabalha com criatividade, têm vários receios sobre a chegada de IAs. Utilizei o Gemini para fazer um teste e pedi para que ele criasse uma bola de basquete da NBA. A IA criou uma bola perfeita, mas com aquele perfil frio, que toda Inteligência Artificial oferece, pois uma foto real, clicada por uma pessoa, têm muito mais “alma”.
Portanto, não pensem que os profissionais de criação e artistas vão aceitar a chegada da IA de braços cruzados. Pois a Sociedade de Autores do Reino Unido já enviou uma carta para o Google, antes mesmo do lançamento de sua mais recente IA generativa, o Google Gemini. A SoA resolveu entrar em contato após relatos de uma contínua falta de transparência, em relação aos conjuntos de dados utilizados para treinar o Gemini.
A IA preocupa artistas e criadores
“Entendemos que a próxima evolução da oferta de IA do Google, Google Gemini, foi lançada no início deste mês em três versões: Gemini Ultra, Gemini Pro e Gemini Nano. O lançamento precede o lançamento de um modelo Gemini mais potente, previsto para chegar em 2024. O Google precisa informar qual a fonte que essa IA utiliza, para criar a sua visão sobre algo que o usuário possa solicitar.” Disse a SoA.
Já informaram que o Gemini 1.5 é capaz de analisar informações textuais com mais nuances, além de ser nativamente multimodal. Ou seja, a IA é capaz de compreender imagens, vídeo, áudio e código, gerando respostas para as perguntas mais complicadas dos usuários.
Vários artistas, criadores e profissionais de criação e tecnologia estão muito preocupados com a total falta de transparência por parte de quem desenvolve estes sistemas. Principalmente no que diz respeito aos trabalhos criativos e autorais que os desenvolvedores copiam, para que a IA possa criar uma arte, foto, filme, ou texto. Afinal, o Google não reponde nenhuma pergunta dos jornalistas, sobre como a empresa coletou os dados de treinamento do Gemini.
O poder da criatividade
O Google e as Big Techs precisam informar de onde saíram essas obras musicais, artísticas e literárias utilizadas para desenvolver o Gemini, ou qualquer outra IA. Pois quando essa obras forem protegidas por direitos autorais, o Google e as Big Techs precisam remunerar seus criadores e desenvolvedores. Já que nenhum sistema de IA pode existir, sem que um ser humano tenha criado algum trabalho inspirador, bem antes de qualquer Inteligência Artificial.
Como qualquer outra tecnologia, o Gemini 1.5 deve ser controlado por homens e mulheres e não pode, de forma alguma, ser utilizado por pessoas que não tenham nenhum talento criativo. Pois a IA não pode oferecer uma ferramenta que desrespeite o trabalho de qualquer artista, escritor, cineasta, publicitário, programador, cantor, pintor ou qualquer outro profissional que viva do seu esforço criativo.
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