Odiados Pela Nação, episódio da terceira temporada de Black Mirror, mostra um futuro sombrio onde redes sociais e IA criam abelhas assassinas.
Cena de Black Mirror – Odiados Pela Nação
Já assisti vários episódios de Black Mirror, da Netflix, mas guardo alguns para ver depois, pois está não é uma série para maratonar. Black Mirror quase sempre apresenta futuros distópicos onde a tecnologia, junto com a ganância humana, consegue criar vários problemas para a sociedade.
Nesse episódio vemos que unir haters, hashtags e IA pode criar um efeito bombástico, principalmente se essas tecnologias estiverem nas mãos de pessoas lunáticas. Mas qual é o real poder de uma hashtag? Esse episódio de Black Mirror, série de ficção científica britânica, de Charlie Brooker, mostra hashtags convocando enxames de abelhas robóticas para matar pessoas. Este sexto episódio, da terceira temporada, apresenta uma sociedade distópica onde o ódio online produz consequências mortais. Ou seja, como a tecnologia consegue impulsionar assassinatos em massa, com a ajuda de uma inteligência artificial (IA). Algo preocupante, pois as tecnologias presentes neste episódio podem destacar os múltiplos problemas atuais de nossa sociedade. Principalmente aqueles que podem ser potencializados pelo reconhecimento facial, realizado por uma IA, ou o ódio presente nas redes sociais.
Abelhas robótica controladas por uma IA em Black Mirror
Esse episódio mostra que não importa o quão brilhante, útil e acelerado seja o nosso futuro, pois toda a tecnologia, se não for devidamente controlada, conseguirá destruir a humanidade. Pode até não destruir o mundo mas, com toda a certeza, pode humilhar e acabar com a vida de qualquer um. O episódio Odiados Pela Nação, mostra muito bem isso, pois Charlie Brooker teve 90 minutos inteiros para refletir sobre como tudo pode dar errado. Principalmente com a ajuda de uma tecnologia poderosa.
Odiados Pela Nação gira em torno de uma série de mortes grotescas, causadas por pequenas abelhas robóticas ou, como dizem na série, Insetos Drone Autônomos. Essas abelhas robóticas fazem parte de um projeto desenvolvido por uma empresa privada de tecnologia, que pretende resolver o caos ecológico causado pela extinção de abelhas reais. No entanto, uma falha de segurança criada, a pedido do governo do Reino Unido (sempre tem o dedo de um governo), permite que qualquer pessoa possa hackear essas abelhas. Lógico que o episódio mostra um hacker lunático, que consegue redirecionar as abelhas para atacar e matar pessoas específicas, julgadas pela louca opinião popular das redes sociais.
Odiados Pela Nação tem uma certa verdade
Para que alguém seja assassinado, basta postar um nome após a hashtag #DeathTo, em qualquer rede social. Fico imaginando se uma tecnologia assim existisse no mundo real, pois o que não falta em nossas redes sociais, é o ódio. Além disso, esse episódio é totalmente inspirado em algo real, pois em 2013, pesquisadores da Harvard School of Engineering and Applied Sciences desenvolveram um Robô Abelha funcional. Este robô é do tamanho de uma moeda, mas pode voar e ver através de sensores de visão. Os cientistas esperam que essa abelinha robotizada assuma o trabalho de polinizar as plantações em todo o mundo.
Charlie Brooker aproveitou essa ideia, e apresentou como essas ferramentas tecnológicas podem trazer a violência online para o mundo real. Pois no episódio um hacker invade a IA das abelhas e faz com elas matem os nomes que esteja acompanhados da hashtag #DeathTo.
Os tentáculos dessa responsabilidade tecnológica podem envolver todos nós, desde aqueles que espalham opiniões odiosas pelas redes sociais, até os criadores dessas tecnologias. Por isso Black Mirror é interessante, pois consegue falar sobre a natureza humana e mostra as tecnologias que desejamos mas que, infelizmente, ainda não merecemos.