A Joan é Péssima, episódio de Black Mirror, mostra a vida de uma mulher se transformando em uma série, após ela assinar um longo contrato sem ler.
Annie Murphy e Salma Hayek no episódio de Black Mirror
Quando você assina um serviço de streaming, geralmente aparece uma página, no site ou app, mostrando um contrato gigantesco. Quase ninguém perde tempo lendo aquele texto quilométrico e logo clica no botão aceito. Pois é exatamente esse contrato imenso que transforma a vida da pobre Joan, personagem da série Black Mirror, num verdadeiro inferno.
O primeiro episódio, da sexta temporada de Black Mirror, intitulado A Joan é Péssima, mostra a vida de uma mulher se transformando em uma série de TV. Mas isso acontece mesmo sem ela autorizar o uso de sua imagem, nessa série de TV sobre a sua própria vida. No entanto, logo Joan vai perceber que ela concordou em liberar sua imagem, no momento que deu ok no longo contrato de termos e condições do serviço de streaming. Portanto, é lógico que isso cria uma preocupação na vida real, pois quase ninguém presta atenção nessas letrinhas miúdas.
A Joan é Péssima atinge em cheio a nossa realidade
Antes de continuar, preciso dizer um coisa: fique tranquilo! Pois os termos e condições reais da Netflix, ou de qualquer outro serviço de streaming, não autoriza que a empresa transforme as nossas vidas em dramas gerados por CGI, num computador quântico super poderoso. Mesmo assim, esse episódio fez as pesquisas no Google por “termos e condições da Netflix” aumentaram 596%, de acordo com analistas de dados da Internet.
Está claro que, apesar da conscientização atual sobre a privacidade de dados ser maior do que nunca, é muito fácil esquecer que os termos e condições são, na verdade, um contrato de serviço. Tenho certeza de que depois desse episódio, muitas pessoas serão mais conscientes e passarão a ler, linha por linha, antes de dar ok nesse contrato.
I.A. e desvalorização da vida humana
O episódio mostra Joan, que trabalhara em uma empresa de tecnologia, bem estressada no final do seu dia. Quando chega em casa, ela resolve assistir Streamberry, um substituto da Netflix, junto com seu noivo. É nessa hora que ela percebe um novo programa na tela, chamado A Joan é Péssima. Os episódios são uma dramatização, quase ao vivo, da su vida. Além disso, Joan é interpretada por uma imagem de Salma Hayek, criada por uma Inteligência Artificial.
Joan descobre que a série é criada com imagens de I.A. e tecnologia Deepfake, usando informações do microfone de seu smartphone. Não vou aprofundar o que acontece nesse episódio de Black Mirror, para não estragar o final. Mas Joan, junto com a atriz Salma Hayek, se unem para derrubar o maligno computador quântico da Streamberry.
Apesar do episódio A Joan é Péssima ser apenas mais uma história sombria, da série Black Mirror, isso nos faz pensar que o nosso direito à privacidade, já está sendo violado. E, provavelmente, nossa privacidade vai diminuir ainda mais, num futuro bem próximo.