Nova temporada de Black Mirror inicia com um episódio devastador e faz uma crítica às assinaturas de streaming, plano de celular e plano de saúde.

Amanda (Rashida Jones) e Mike (Chris O’Dowd) em Black Mirror
Black Mirror é aquela série pesada, que cutuca as feridas do século XXI e a nova temporada continua sendo assim. E isso já inicia no 1º episódio da 7ª temporada, Pessoas Comuns, onde vemos um casal encarando um problema de saúde. Amanda (Rashida Jones) descobre que tem um tumor no cérebro e a única solução é implantar um chip de uma startup, a Rivermind. Nesse episódio a série apresenta, mais uma vez, o perigoso encontro da tecnologia com o capitalismo.
Para que Amanda volte a viver, Mike (Chris O’Dowd) resolve fazer uma assinatura básica da Rivermind, que faz um backup do cérebro da pessoa e implanta um chip com essas informações. Para que o chip funcione, é necessário assinar um plano mensal para que a pessoa receba essas informações pelas antenas espalhadas por algumas regiões. O casal, apesar de um orçamento apertado, resolve assinar o tal plano básico de cobertura mas, como as nossas assinaturas de serviços de streaming, celular, TV por assinatura e plano de saúde, eles vão precisar de upgrades eternos.
Capitalismo e tecnologia
A empresa Rivermind substitui a parte afetada do cérebro de Amanda por um material sintético que transmite sua consciência para nuvem, mas cobra bem caro por isso. A cirurgia, como a instalação de nossas assinaturas de streaming, é gratuita, mas logo os dois descobrem que o plano básico é uma pegadinha cruel.
Na primeira viagem após o plano básico da Rivermind, o casal sai da área de cobertura e o chip de Amanda para de funcionar. Mike retorna para a cidade e vai falar com a cínica diretora da empresa, que só pensa em lucrar, e ela oferece um upgrade para o plano plus. No início, esse plano parece perfeito, mas os dois ficam sem dinheiro para pagar as mensalidades, apesar de Mike tentar arrecadar uma grana fazendo loucuras on-line.
Plano Lux
Sem dinheiro para pagar a mensalidade do plus, o chip retorna para a assinatura básica, mas agora ela dispara mensagens publicitárias, que Amanda fala durante suas conversas. Essa nova realidade é tão desesperadora, que os dois tentam conversar novamente com a Rivermind. Nessa conversa a diretora da empresa apresenta no novo plano lux e lógico, uma mensalidade astronômica. Esse novo plano é como Matrix e a pessoa pode carregar novas habilidades, mas apenas pelo App da Rivermind.
Esse pesadelo continua por alguns anos e Amanda só consegue acessar o plano lux com cartões pré-pagos da Rivermind. Esse cartões são ativados pelo próprio olho de Amanda e controlam seu estado emocional por curtos períodos. Como o serviço é caro, ele dura apenas algumas horas e Amanda retorna para as menagens publicitárias no meio de suas falas.
Só vou dizer que o final é mais sombrio do que imaginamos e cada pessoa deve analisar os perigos que a união entre tecnologia e saúde podem trazer. Black Mirror está disponível na Netflix.
Veja abaixo o trailer da 7ª Temporada.
Na Amazon você encontra livros e Blu-Ray sobre Black Mirror – Clique Abaixo
