O brasileiro já conhece a cadência do samba antes mesmo de chegar ao mundo, escutando o compasso ritmado que vem do coração de cada mãe.
O enredo da Beija-Flor que reflete toda a ousadia do samba
Quem não gosta do samba, bom sujeito não é, já dizia a letra do compositor Dorival Caymmi. O samba representa essa alegria, mas também é um ritmo musical de protesto e resistência social, com temas polêmicos presentes em várias composições. Vemos isso no samba da Beija-Flor de 1989, ou em Meu Caro Amigo, de Chico Buarque.
Mas esse ritmo também fala sobre amor, saudade e até dá a receita para um feijoada completa. Cantamos refrões eternos, batucamos na mesa e sambamos em festas e casamentos, pois o samba está em nossa alma. Antes comprávamos os álbuns de escolas de samba, mas agora preparamos um playlist para o churrasco de carnaval, ou simplesmente para escutarmos em casa.
Não pode faltar Bumbum, Paticumbum, Prugurundum, Sonhar Não Custa Nada, ou aquela centenária marchinha de carnaval, que faz todo mundo sambar com os dedos indicadores para o alto. Essa é a alegria do samba, um ritmo que fala sobre passado, presente e futuro. Um ritmo que une gerações e até conquista os corações dilacerados pela vida. Só não conquista aqueles que pregam a tristeza e o preconceito, mesmo se perguntarmos: “Pergunte ao criador
Quem pintou esta aquarela.”
– Continua depois da Publicidade –
O samba é eterno
O samba sempre levou para as ruas os anseios da sociedade, desde a época da infeliz ditadura, até os problemas desse século XXI. Mas sempre com irreverência e alegria, do jeito que precisa ser. Nesse Dia Nacional do Samba, vamos cantar a letra do sambista, compositor, cantor, artista plástico, ator e escritor Nelson Sargento, na música eternizada pela cantora Beth Carvalho:
“Samba, agoniza mas não morre
Alguém sempre te socorre
Antes do suspiro derradeiro”