Rock, Samba e o eterno anarquismo libertário

Sempre falamos sobre rock mas, por incrível que pareça, também gostamos muito de samba e achamos que os dois ritmos são parentes próximos.

Samba

Escola de Samba Beija-Flor, comandada pelo carnavalesco Joãozinho Trinta

Já marquei presença na quadra da Mangueira e do Salgueiro e também no show da banda The Who, no Rock in Rio. Os dois ritmos têm uma energia bem parecida, pois conseguem acelerar o batimento cardíaco de qualquer pessoas. A bateria naquele sincronismo perfeito e chegando aos nossos tímpanos, é algo totalmente similar aos primeiros acordes de uma guitarra explodindo nas caixas de som de um show de rock. Não falo sobre ritmo, estou falando sobre sentimento e esses dois segmentos musicais conseguem mexer com qualquer pessoa que procura a liberdade absoluta.

Provavelmente porque os dois tem raízes negras, já que os primeiros acordes do rock surgiram na guitarra de Sister Rosetta. Assim como o primeiro samba surgiu na casa de Tia Ciata, em um dos vários encontros que aconteciam, em 1916. Duas mulheres negras, separadas por um oceano, mas unidas pelo desejo de criar algo revolucionário. Acho que é por isso que na minha retrospectiva do Apple Music, aparece o samba Sonhar Não Custa Nada e, logo depois, toca o rock War Pigs, do Black Sabbath.

Samba e Rock são parentes bem próximos

Até cheguei a analisar algumas músicas e descobri que uma letra de samba, pode muito bem criar um rock, ou vice-versa. Como a letra de War Pigs, que em português diz: “Políticos se escondem, Eles só iniciaram a guerra, Por que eles deveriam lutar? Eles deixam esse papel para os pobres, sim”. Ou a letra do samba da Beija-Flor, que em inglês diz: “Nobility comes out of the garbage, consuming euphory”. É só incluir um arranjo de samba na tradução da música do Black Sabbath e cantar a versão em inglês do samba da Beija-Flor, mas em ritmo de rock.

É essa anarquia libertária que faz com que eu goste de rock e também de samba, pois ambos sofreram e ainda sofrem uma repressão religiosa e política. Algo que o samba da Beija-Flor sofreu, quando a arquidiocese do Rio de Janeiro entrou com um pedido judicial para que a imagem de Cristo, fantasiado de mendigo, não fosse exibida na avenida. Joãozinho Trinta tentou lutar contra essa censura, mas a principal alegoria desfilou coberta com um pano preto e a frase: “mesmo proibido, olhai por nós”.

Ozzy Osbourne Rock e Samba

Isso também aconteceu com o Black Sabbath, pois apesar da música War Pigs expressar um sentimento antiguerra e criticar seu horrores e insanidade, ela também foi censurada. A letra condena a guerra como uma força destrutiva, mas que beneficia os poderosos e leva sofrimento para a população. Mesmo assim, ela chegou a ser censurada nos EUA, por causa dos ataques de 11 de setembro. Mas uma prova de que samba e rock são parentes muito próximos, pois os dois ritmos e suas letras propagam um sentimento de liberdade.

O que alguns religiosos, políticos e parte da população mundial não consegue entender, é que o anarquismo presente tanto no rock, quanto no samba, estimula um sentimento que a população mundial necessita muito: liberdade. Portanto, mesmo que essa expressão artística seja proibida, uma força maior sempre continuará olhando por nós.

Bom Carnaval!

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