Em tempos de Big Techs gananciosas e total desrespeito ao meio ambiente, o samba da Mocidade Independente pode ser o destaque do sambódromo.
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Último título da Mocidade Independente de Padre Miguel aconteceu em 2017
Não sou um crítico de samba enredo, mas compro os discos das Escolas de Samba do Rio desde a década de 70 e continuo escutando todos, em plena era do streaming. Sempre escolho um ou dois como os meus preferidos de cada ano e dessa vez escolhi Voltando Para o Futuro – Não Há Limites Pra Sonhar. A letra desse samba é composta pelo casal de carnavalescos Márcia e Renato Lage, em parceria com Paulo Cesar Feital, Cláudio Russo, Alex Saraiça, Denilson Rozario, Carlinhos da Chácara, Marcelo Casanossa, Rogerinho, Nito de Souza, Dr Castilho e Léo Peres.
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Escolho Samba Enredo pela letra, harmonia e, lógico, uma bateria que faça toda a magia acontecer. Fiquei algumas semanas escutando todos os sambas de 2025 e o da Mocidade tem tudo isso que falei acima. Voltando Para o Futuro – Não Há Limites Pra Sonhar tem uma letra perfeita e fala sobre passado, presente e futuro, apresentando os diversos problemas do nosso século XXI. Destruição do meio ambiente, ganância do capitalismo e empresas de tecnologia enlouquecidas. Como um bom samba, o da Mocidade não deixa a esperança e de lado e acredita que o nosso futuro pode ser melhor.
Difícil não gostar de uma samba que fale isso:
“Será que o limbo da imaginação
Perverte a inteligência?
O homem com sua ambição
Desconhece a razão, desatina a Ciência”
A Mocidade Independente teve uma ideia brilhante e conseguiu construir uma letra que fala sobre a história da agremiação e o caos desse nosso mundo moderno. A letra é um forte manifesto sobre o futuro da humanidade, mas também faz uma crítica aos ridículos tiranos que atormentam o Planeta Terra. Um samba-enredo com começo, meio e fim, do jeito que eu gosto e como sempre deve ser.
“O céu vai clarear
Iluminar a zona oeste da cidade
E Deus vai desfilar
Pra ver o mago recriar a Mocidade
O céu vai clarear
Iluminar a zona oeste da cidade
E Deus vai desfilar
Pra ver o mago recriar a Mocidade
A luz que nos chega da estrela primeira
Nascida do pó no Cruzeiro do Sul
Do plasma divino das mãos carpinteiras
Ressurge candeia no breu nesse azul
Será que o limbo da imaginação
Perverte a inteligência?
O homem com sua ambição
Desconhece a razão, desatina a Ciência
Será que há de ter carnaval sem minha cadência?
Com alas em tom digital, no fim da existência
Me diz, afinal
Quem há de arcar com as consequências?
Se a Mocidade sonhar
No infinito escrever
Versos à luz do luar, deixa!
Quando o futuro voltar
A juventude vai crer
Que toda estrela pode renascer
Se a Mocidade sonhar
No infinito escrever
Versos à luz do luar, deixa!
Quando o futuro voltar
A juventude vai crer
Que toda estrela pode renascer
O verde adoecido da esperança
Ofega sobre o leito da cobiça
Quem vive pelo preço da cobrança
Derrama sua lágrima postiça
Fogo matando a floresta
Bicho morrendo no cio
Febre no pouco que resta
Secam as águas do rio
E a vida vai vivendo por um fio
Naveguei
No afã de me encontrar, eu me emocionei
Lembrei da corda bamba que atravessei
São tantas as viradas desta vida
A mão que faz a bomba se arrepende
Faz o samba e aprende
A se entregar de corpo e alma na avenida
O céu vai clarear
Iluminar a zona oeste da cidade
E Deus vai desfilar
Pra ver o mago recriar a Mocidade
O céu vai clarear
Iluminar a zona oeste da cidade
E Deus vai desfilar
Pra ver o mago recriar a Mocidade
A luz que nos chega da estrela primeira
Nascida do pó no Cruzeiro do Sul
Do plasma divino das mãos carpinteiras
Ressurge candeia no breu nesse azul
Será que o limbo da imaginação
Perverte a inteligência?
O homem com sua ambição
Desconhece a razão, desatina a Ciência
Será que há de ter carnaval sem minha cadência?
Com alas em tom digital, no fim da existência
Me diz, afinal
Quem há de arcar com as consequências?
Se a Mocidade sonhar
No infinito escrever
Versos à luz do luar, deixa!
Quando o futuro voltar
A juventude vai crer
Que toda estrela pode renascer
Se a Mocidade sonhar
No infinito escrever
Versos à luz do luar, deixa!
Quando o futuro voltar
A juventude vai crer
Que toda estrela pode renascer
O verde adoecido da esperança
Ofega sobre o leito da cobiça
Quem vive pelo preço da cobrança
Derrama sua lágrima postiça
Fogo matando a floresta
Bicho morrendo no cio
Febre no pouco que resta
Secam as águas do rio
E a vida vai vivendo por um fio
Naveguei
No afã de me encontrar, eu me emocionei
Lembrei da corda bamba que atravessei
São tantas as viradas desta vida
A mão que faz a bomba se arrepende
Faz o samba e aprende
A se entregar de corpo e alma na avenida
O céu vai clarear
Iluminar a zona oeste da cidade
E Deus vai desfilar
Pra ver o mago recriar a Mocidade
O céu vai clarear
Iluminar a zona oeste da cidade
E Deus vai desfilar
Pra ver o mago recriar a Mocidade”
Veja Abaixo o Clip do Samba
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