Don’t Stop Believin’, do Journey, continua resistindo até hoje porque ainda precisamos de músicas inspiradoras que despertem, unam, celebrem e renovem nossa força interior.
Don’t Stop Believin’ está na trilha sonora do filme Rock of Ages
A música Don’t Stop Believin’ sempre esteve presente nas playlists da minha casa, pois faz parte da trilha sonora do filme Rock of Ages, que também assistimos muito. Além disso, a música também já apareceu em vários programas de TV, do Glee ao The X Factor e em vários filmes e séries, fazendo com que essa balada seja praticamente eterna.
Quarenta e três anos após sua estreia no álbum Escape, do Journey, Don’t Stop Believin’ continua sendo o hino favorito de quem é perseverante, por isso ela segue surfando, onda após onda, na mídia. Embora a música tenha nascido na era do rádio e da fita cassete, ela encontrou sua verdadeira glória quando chegou à TV, Web e Smartphone, passando a ser uma presença constante em casamentos e formaturas pelo mundo.
1 bilhão de streams no Spotify
De acordo com uma pesquisa da Nielsen Music, Don’t Stop Believin’ detém o recorde da música mais baixada do século XX. Além disso, ela tem quase 1 bilhão de streams no Spotify, na última contagem. Mas qual o motivo desse sucesso nunca acabar?
A história da música inicia com o tecladista do Journey, Jonathan Cain, que no final dos anos 1970 era um roqueiro iniciante e estava pronto para deixar a Califórnia. Cain disse que tudo estava dando errado, pois ele e sua namorada se separaram e ele teve que pagar uma conta do veterinário para salvar o seu cachorro, depois que ele foi atropelado.
“Liguei para meu pai pedindo algum dinheiro”, disse Cain. “Eu disse: Pai, estou sem dinheiro aqui … Devo voltar para casa? Esta coisa não está, você sabe, dando certo? E ele me disse: Sempre tivemos uma visão, filho. Não pare de acreditar. Eu tinha um livro com letras ao meu lado e anotei essa frase.”
Por incrível que pareça, as coisas começaram a melhorar para o músico depois disso. Cain participou de uma banda num mega show chamado Journey e foi aí que a sua própria jornada iniciou.
Vocalista Steve Perry
Em 1981, quando a banda estava gravando o álbum Escape, o vocalista Steve Perry pediu a Cain para que ele criasse uma faixa final. Cain ainda tinha aquele conselho do seu pai anotado e tirou dele a inspiração para a introdução no piano, que prepara para a frase do refrão.
Os personagens que aparecem no primeiro verso, uma garota da cidade pequena e um garoto de South Detroit, são bem familiares para ele. Quanto ao cantor na sala enfumaçada, com vinho e perfume barato, esse quadro representa o desespero que Cain sentia no bar Whiskey a Go Go, que fica na Sunset Strip, durante o seu período difícil em Los Angeles.
“Eu realmente acredito que essa música é sobre querer fazer isso”, diz ele, “onde você pensa que está preso na vida, mas que é capaz de sair, da mesma forma que saí de Chicago.”
No final da década de 1990, Perry deixou o Journey e a carreira da banda estava chegando ao fim. Só que os pedidos: toca Don’t Stop Believin’, continuaram a chegar e a música passou a aparecer em filmes e séries.
Don’t Stop Believin’ brilhou em vários filmes e séries
Charlize Theron já patinou ao som de Don’t Stop Believin’ e ganhou um Oscar interpretando uma assassina em série, no filme Monster – Desejo Assassino. Quatro anos depois, a série Sopranos chega ao fim, depois de seis temporadas na HBO, mas termina com uma sequência tensa envolvendo um restaurante e um estacionamento, tocando Don’t Stop Believin’. Após isso, os downloads da faixa no iTunes e Spotify dispararam e continuaram a subir depois que o coral da série Glee também cantou a balada.
Don’t Stop Believin’ também esteve em Scrubs, South Park e Family Guy. Um conjunto de cordas também toca a música na comédia de Adam Sandler, Afinado no Amor (The Wedding Singer). O esporte também adota a música, quando ela passa a ser do Chicago White Sox, na temporada da equipe de 2005. Mas a música atinge o clímax no musical baseado no sucesso da Broadway, Rock of Ages.
Apesar de todo esse sucesso, o Journey ainda precisava de um novo vocalista que tivesse algo parecido com Steve Perry. Desesperado, o guitarrista Neal Schon começou a procurar por cantores, até descobrir Arnel Pineda, um ex-garoto sem-teto, que morava nas Filipinas e estava cantando as baladas da banda em locais esfumaçados e que cheiravam à vinho e perfume barato.
E assim Don’t Stop Believin’ continua sobrevivendo. É como aquele trem da meia-noite, que mantém uma velocidade constante e você permanece nele, até chegar ao seu destino.