No Dia da Música Popular Brasileira precisamos lembrar desse gênero musical que levou a diversidade, a poesia e a luta social para o rádio, TV e streaming.

Bethânia, Caetano, Gal e Gil em algum Festival de MPB
Não lembro a primeira música brasileira que eu escutei, mas deve ter sido no Rádio, ou em algum Toca-Discos antigo. Na minha casa sempre escutamos muito a programação do rádio e na década de 70 também comprávamos alguns Discos de Vinil. Provavelmente escutei uma música da trilha sonora das novelas, que sempre tinha vários sucessos da MPB. Também posso ter escutado essa música no rádio, ou em algum Festival de MPB na TV. Ainda não percebia toda a atmosfera política e social que cada música passava para o público, algo sempre presente nas letras de cada canção.
A MPB é um gênero musical que surgiu no Brasil na década de 1960, durante a Ditadura Militar, mas só criaram o Dia da Música Popular Brasileira em 2012. Nada mais merecido, afinal esse gênero é uma das expressões mais autênticas da nossa identidade nacional. Principalmente porque acompanhou todas as transformações sociais e políticas que marcaram os anos 1960, 1970, 1980 e até hoje continua conquistando novos públicos, como a Geração Z.
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A MPB reúne diversos gêneros e regionalidades do nosso país
Surgindo para valorizar a música produzida no Brasil, a MPB ganha força com o golpe militar e o enfraquecimento da bossa nova. Nessa época também surge a Tropicália, movimento artístico que ajuda a impulsionar a música, o cinema, o teatro, a poesia e as artes plásticas. Em 1965, quando acontece o 1º Festival de Música Popular Brasileira, Elis Regina canta Arrastão, composição de Edu Lobo e Vinícius de Moraes. Nessa década a MPB passa a ser um símbolo de liberdade, criação artística, diversidade e entra para sempre na nossa história musical.
Durante esse período vários nomes emergiram, como Caetano, Gilberto Gil, Chico Buarque, Tim Maia, Gal Costa e Maria Bethânia. Essas vozes moldaram o imaginário musical e estenderam suas influências por várias gerações de brasileiros.
Os jovens e a Nova MPB
Se durante o século XX acompanhamos artistas, canções, shows e várias obras que denunciavam e combatiam a repressão militar dos anos de chumbo, no século XXI, com o avanço das plataformas digitais, vemos a MPB conquistando uma nova geração. Artistas como Zai, Marina Sena, Rachel Reis e ANAVITÓRIA mesclam seu conteúdo com clássicos da MPB e conseguem se conectar com o momento vivido pela geração atual.
Segundo dados recém-divulgados pelas plataformas de streaming, a MPB cresceu 47%, entre 2022 e 2024 e cerca de 64% desse público é formado por jovens, com idades entre 18 e 24 anos. Não sei se as composições atuais resgatam toda a liberdade e a criatividade artística dos anos 60, 70 e 80, mas vemos a MPB reconquistando seu espaço, com a ajuda do streaming e da busca pela diversidade.
Essa mistura de gêneros, ritmos e expressões ajudaram a criar a identidade da Música Popular Brasileira. A cada década vemos artistas moldarem a MPB e a criação de novos ritmos. Gal Costa, Maria Bethânia, Caetano Veloso e Gilberto Gil trouxeram a essência musical da Bahia. Djavan, Belchior e Fagner acrescentaram outros ritmos do nordeste. Clara Nunes, Djavan, Elza Soares ampliaram essa mistura musical e preparam o cenário para a chegada do Rock Nacional nos anos 80 e do Rap nos anos 90.
Isso prova que a MPB não é apenas um gênero musical, ela abrange qualquer música brasileira e essa miscelânea de ritmos cria o nosso perfil sonoro e artístico. Esse DNA transformador faz com que a Música Popular Brasileira conquiste novas gerações e siga unindo presente, passado e futuro.
Comemore o Dia da MPB ouvindo a sua música brasileira preferida.
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Veja abaixo o Clipe da música Arrastão
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