O Show de Truman: aquilo que acreditamos pode ser uma versão editada da realidade

O Show de Truman, com Jim Carrey, é um filme que apresenta um lugar utópico onde tudo é perfeito, bem ordenado e onde todos são falsamente felizes.

Jim Carrey em O Show de Truman

Nesse filme, Truman encontra pessoas que parecem ouvi-lo, mas nunca se conectam com ele. Por isso ele vive preso à um trabalho com o qual não se importa e a um casamento que não acredita. Mesmo assim, ele continua vivendo nessa cidade, onde tudo parece ser irreal e coordenado. Por isso Truman começa a enxergar que sua vida pode ter sido sido pré-programada desde o início, como de fato foi. O filme mostra o personagem vivendo, inconscientemente, um experimento audacioso que mostra uma novela da vida real, que pretende seguí-lo do nascimento à morte.

O Show de Truman esconde a realidade nua e crua e transforma tudo num program de TV, mostrando que o mundo que achamos real, pode ser uma tela dentro de nossas cabeças. Isso nos faz pensar: será que vivemos num gigantesco Reality Show?

O maior problema é que essa tela, geralmente, não é muito confiável. Portanto, esse filme apresenta a história que contamos a nós mesmos, aquela que mostra o mundo ao nosso redor, revelando quem realmente somos. A maioria dessas histórias e crenças é formada na nossa infância, como se fossem uma resposta à realidade que vivemos naquela época. Porém, quando ficamos adultos, essas crenças não são mais um reflexo preciso da nossa realidade atual.

Por isso é interessante assistirmos filmes como o Show de Truman, pois eles brincam com a nossa percepção da realidade. Filmes assim nos ajudam a questionar algumas crenças distorcidas do mundo em que vivemos. Isso acontece quando assistimos filmes como o Show de Truman, Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (2004), A Passagem (2005), Matrix (1999) e Pleasantville – A Vida em Preto e Branco (1998).

O que acho interessante nesse filme, é que enquanto Truman continua sua busca pela verdade, seus espectadores vão procurando outra ilusão fabricada, onde poderão se iludir novamente. Isso mostra a real onipotência da mídia e a maneira que ela encontra para comercializar a vida humana, as nossas vidas. A mídia lucra com os nossos desejos não realizados, pois sabe que vamos tentar conquistá-los. Apesar de Truman ser capaz de quebrar as correntes de sua prisão, seus espectadores preferem continuar nessa ilusão, pois assim evitam a realidade cruel.

Por isso, no final do filme, quando Truman faz sua grande fuga para o mar, Christof (Ed Harris) está mais preocupado em como enquadrar esse momento, apenas para gerar um impacto mais emocional. Quando assistimos esse filme, perguntamos se não somos estrelas de um reality show ou, até mesmo, temos um desejo secreto em participar de um Big Brother. Porém, ele também faz com que possamos pensar sobre as reais condições em que vivemos e como elas nos confinam.

O Show de Truman nos ensina que devemos ter cuidado com a forma como assistimos esses filmes. Especialmente quando pensamos como eles questionam a própria indústria do entretenimento, ou os ideais que essa mídia impõe. Principalmente se pensarmos que ele tem quase 25 anos e já falava sobre o domínio dos meios de comunicação. Imagine agora, em pleno século XXI, com o rápido avanço das estratégias de publicidade e marketing, pois podemos imaginar o que a indústria cinematográfica tem feito conosco nessas últimas duas décadas.

Ou, como a indústria do entretenimento pensa: o show tem que continuar.

O Show de Truman é dirigido por Peter Weir e tem Jim Carrey, Ed Harris, Laura Linney e Hannah Gill no elenco.

Veja abaixo o trailer de O Show de Truman

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