A Vida em Preto e Branco mostra que ninguém pode controlar a liberdade


Vivemos no filme A Vida Em Preto e Branco, onde um beijo em praça pública, ou uma mãe amamentando, causam a revolta exagerada de quem é infeliz.

Cena do Filme A Vida em Preto e Branco

Essa infelicidade é apresentada nesse filme e mostra um garoto tímido, morando em um lar desfeito com sua mãe divorciada (Jane Kaczmarek) e sua irmã adolescente (Reese Witherspoon). Pleasantville é o nome da cidade da série que David (Tobey Maguire) assiste, onde os habitantes têm uma visão careta, viciante e reconfortante da vida familiar. Mas David (Tobey Maguire) logo descobre que Pleasantville pode ser um ótimo lugar para se visitar, mas que ele não gostaria de morar.

O filme mostra uma pequena cidade americana, onde todos pensam como pessoas rudes, e isso cria uma vida decadente e perigosa. Na cena inicial vemos o adolescente David definhando na frente de uma TV e assistindo a reprise de uma série dos anos 50. A série mostra personagens sempre saudáveis ​​e felizes. Enquanto isso, sua mãe briga com seu ex-marido e sua irmã Jennifer se prepara para um encontro sensual.

Tobey Maguire

David está preparado para maratonar Pleasantville mas sua irmã, Jennifer, quer assistir à um show da MTV e os dois lutam pelo controle remoto. Lógico que o controle quebra durante a briga e isso causa a chegada inesperada de um Técnico de TV (Don Knotts). Esse simpático e sinistro técnico oferece aos irmãos um controle remoto de alta tecnologia, algo totalmente novo.

Na primeira vez que os irmãos usam esse controle, David e Jennifer são magicamente transportados para Pleasantville. Os dois assumem as identidades de Bud e Mary Sue, os filhos adolescentes dos típicos e conservadores pais dessa série antiga: George (William H. Macy), um empresário animado cujo a profissão nunca é explicada e Betty (Joan Allen), uma dona de casa impecavelmente vestida e arrumada, mas totalmente infeliz.

Este é um mundo que David conhece bem, já que ele é um especialista em curiosidades da TV. No entanto, isso é um mistério total para a sua irmã Jennifer e causará uma revolução em Pleasantville.

A vida na cidade é tão limitada, que as aulas de geografia só apresentam duas disciplinas: Main Street e Elm Street. Isso porque o mundo, literalmente, termina nos limites da cidade. Porém, em Pleasantville, a vida sempre vai de acordo com o plano conservador e tudo dá aparentemente certo, ou quase sempre. A vida é tão perfeita que durante o treino de basquete, todos os arremessos caem na cesta.

No entanto, isso começa à mudar quando um jogador libera o seu desejo sexual e passa a errar todos os seus arremessos. Esse erro causa um silêncio mortal na quadra, principalmente quando a bola arremessada quica e vai para longe. Com algo tão inusitado acontecendo, logo vemos um treinador gritar: “afastem-se, rapazes!”. “Não toquem nisso!”

Pleasantville é igual à várias cidades do nosso mundo

Como nada é capaz de parar a liberdade de uma nova descoberta, logo os adolescentes da escola começam a aparecer coloridos. Todos estão curiosos e totalmente prontos para essa mudança. “O que há fora de Pleasantville?” eles perguntam para David. “Existem lugares”, diz ele, “onde as estradas não fazem um círculo. Elas simplesmente continuam”. Todos ficam atentos à história e um jazz de Dave Brubeck aparece sutilmente como trilha sonora, enquanto os adolescentes ficam atentos às novidades.

David mostra a Bill Johnson (Jeff Daniels) um livro de arte colorido e o ingênuo dono da lanchonete fica pasmo com a beleza de Turner e Van Gogh, liberando o lado pintor desse personagem. Logo, ele e Betty Parker (Joan Allen) descobrem que são almas gêmeas e isso causa outra mudança radical na pacata Pleasantville, depois que eles ficam juntos pela primeira vez. Depois dessa descoberta, Betty aparece colorida e fica com medo de aparecer na rua. Na próxima cena, seu filho ajuda a passar uma maquiagem cinza, para esconder essa nova realidade de sua mãe.

Após isso, vemos o presidente da Câmara de Comércio (JT Walsh), falando em tom ameaçador: “algo está acontecendo em nossa cidade.”

A Vida Em Preto e Branco fala sobre liberdade de escolha

Sim, a cidade sempre apresentou uma falsa sensação de alegria e liberdade, que na verdade oprime à todos. Com essa nova realidade, as pessoas percebem que o mundo livre é muito mais feliz. Ou seja, o filme observa que, às vezes, as pessoas agradáveis ​​são assim, pois nunca foram desafiadas. Também mostra que é assustador e perigoso aprender novas maneiras de viver, e isso faz com que as pessoas aceitem a mesmice conservadora como um modo de vida. Por isso A Vida em Preto e Branco tem pessoas acinzentadas e tristes, que vão ficando coloridas e soltas quando resolvem buscar a liberdade. Uma prova de que precisamos fugir de tudo aquilo que tenta controlar e ameaçar a nossa liberdade de escolha, pois isso impede uma decisão importante: como pretendemos viver.

A Vida em Preto e Branco também mostra como o preconceito e a falta de informação pode ser algo perigoso, principalmente quando isso passa a controlar a vida das pessoas. Por isso o filme termina com a música Across The Universe, fazendo uma crítica à falsa perfeição que existe em várias cidades parecidas com Pleasantville. Ou seja, cidades com pessoas conformadas, passivas e alienadas, que não aceitam o novo. Mal sabem elas que o novo sempre vem e só o inconformismo permite a evolução do mundo.

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